Abacates podem reduzir o risco de doenças cardíacas

Comer duas ou mais porções de abacate por semana pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares em 16%, de acordo com um novo estudo.

Investigadores da Universidade de Harvard analisaram dados de dois grandes estudos americanos: o Health Professionals Follow-Up Study e o Nurses’ Health Study. Entre 1986 e 2016, os investigadores acompanharam mais de 41.000 homens do Health Professionals Follow-Up Study (40-75 anos) e mais de 68.000 mulheres (30-55 anos) do Nurses’ Health Study.

Para participar no estudo, os participantes tinham que estar livres de cancro, doença cardíaca coronária e acidente vascular cerebral. A cada dois anos, completaram um questionário sobre a sua saúde e estilo de vida. E a cada quatro anos, preenchiam um questionário sobre o que comiam.

Os investigadores registaram o número de casos de doenças cardiovasculares, incluindo doença cardíaca coronária e acidente vascular cerebral, que ocorreram durante o período de estudo de 30 anos.

Aqueles que comiam duas ou mais porções de abacate por semana tinham um risco 16% menor de doença cardiovascular e 21% menor risco de doença coronária em comparação com aqueles que evitavam ou raramente comiam a fruta.

Uma porção de abacate foi definida como metade de um abacate – cerca de 80g.

Substituir meia porção diária de ovo, manteiga, queijo, margarina ou carne vermelha processada pela mesma quantidade de abacate foi associado a um risco 16% a 22% menor de doença cardiovascular. Mas substituir meia porção diária de abacate pela mesma quantidade de azeite, nozes e outros óleos vegetais não mostrou nenhum benefício extra.

Os autores tiveram em consideração muitas coisas que poderiam afetar os resultados, como se as pessoas fumavam ou não, o seu peso corporal, quão ativas eram e os medicamentos que tomavam.

No entanto, uma das grandes limitações é que os participantes eram na sua maioria profissionais de saúde brancos, o que significa que os resultados podem não se aplicar a outros grupos populacionais.

As diferenças raciais e étnicas nas doenças cardiovasculares não foram reconhecidas no estudo. No entanto, pessoas de grupos étnicos minoritários sofrem uma carga desproporcionalmente maior de doenças cardiovasculares.

Outra limitação é que as informações sobre a dieta foram autorreferidas, o que significa que os participantes podem ter relatado mal a sua ingestão de abacate. Afinal, quem é que se consegue lembrar com precisão o que comeu no mês passado, quanto mais nos últimos quatro anos?

Este tipo de estudo é um estudo observacional, o que significa que não pode provar que comer abacate reduz o risco de doença cardiovascular. Só pode mostrar que existe uma provável associação (“estatisticamente significativa”) entre comer abacate e um risco reduzido de doença cardiovascular.

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