NASA / Goddard Space Flight Center / Kristen Perrin
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A tempestade solar de maio de 2024 criou duas cinturas de radiação extra, ensanduichadas entre as duas Cinturas de Van Allen permanentes. Uma das novas cinturas, mostrada a roxo, incluía uma população de protões, o que lhe conferia uma composição única que nunca tinha sido vista antes.
Dados recolhidos por um satélite da NASA mostram que a Terra ganhou dois cinturões de radiação extras após uma super-tempestade geomagnética em maio de 2024 – criando uma estrutura nunca antes vista.
Em maio de 2024, a Terra foi atingida pela maior tempestade geomagnética dos últimos 21 anos, depois de uma barragem de tempestades solares se ter abatido sobre o nosso planeta, perturbando a magnetosfera e provocando algumas das mais vastas exibições de auroras dos últimos 500 anos.
Num estudo publicado na semana passada no Geophysical Research: Space Physics, os investigadores analisaram novos dados recolhidos pelo satélite Colorado Inner Radiation Belt Experiment (CIRBE) da NASA, descobriu-se que a Terra desenvolveu duas “cinturas de radiação” depois de uma tempestade solar supercarregada ter abalado o campo magnético do nosso planeta no ano passado.
As cinturas foram criadas quando as partículas carregadas das explosões solares ficaram presas no campo magnético da Terra. De acordo com a NASA, uma das faixas invisíveis – que é diferente de qualquer estrutura semelhante já vista – pode ainda lá estar.
Como explica a Live Science, estas faixas são semelhantes às cinturas de Van Allen – um par de cinturas de radiação permanentes em forma de rosca que se estendem até 58.000 quilómetros da superfície da Terra e ajudam a proteger o nosso planeta do vento solar e dos raios cósmicos. As duas novas faixas situam-se no espaço entre a cintura de Van Allen interior e a cintura de Van Allen exterior.
“Quando comparámos os dados de antes e depois da tempestade, eu disse: ‘Uau, isto é algo realmente novo'”, disse o autor principal do estudo, Xinlin Li, um físico espacial e engenheiro aeroespacial da Universidade do Colorado em Boulder, num comunicado da NASA, citado pela Live Science.
É provável que a cintura interna de radiação ainda exista
Provavelmente devido à intensidade da tempestade solar de maio, as mais recentes adições ao escudo de radiação da Terra sobreviveram muito mais tempo do que a maioria.
A cintura externa de eletrões desapareceu cerca de três meses após a tempestade, na sequência de um novo bombardeamento por uma grande tempestade solar em junho e outra em agosto, escreveram os investigadores.
No entanto, a cintura interna de protões provou ser muito mais resistente e “é provável que ainda esteja lá hoje”, escreveram os representantes da NASA.
Como escreve a Live Science, atualmente, não se sabe ao certo porque é que a cintura interna se manteve durante tanto tempo.
Mas os investigadores teorizam que pode ter sido devido à sua configuração única ou estar ligada ao aumento do número de tempestades solares durante o máximo solar – a fase mais ativa do ciclo solar de cerca de 11 anos, que começou oficialmente no início do ano passado.