Em algumas regiões da Rússia, voluntários estão a enviar gatos para a frente de batalha na Ucrânia, para combater as infestações de roedores nas trincheiras.
Dois anos e meio depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, uma legião de ratos invadiu as trincheiras russas — tornando a vida dos combatentes “um inferno”.
Para combater esta infestação, voluntários de diversas regiões da Rússia estão a enviar para a frente de batalha os piores inimigos destes roedores — gatos, claro.
“Os nossos soldados queixaram-se de que estão a ser atormentados por ratos“, explica Vladimir Malygin, um dos voluntários que está a enviar felinos para a linha da frente, ao jornal estatal russo Tatar Inform.
“Os gatos salvaram o Hermitage durante a Grande Guerra Patriótica, por isso pensei, porque não enviar-lhes gatos”, disse Malygin, que dirige um clube militar patriótico na república russa do Tartaristão.
Malygin, que falava durante uma maratona televisiva de 12 horas de recrutamento militar regional, mostrou um gato doméstico cor de laranja chamado Ryzhik — que, garantiu o voluntário, estava pronto para ser destacado.
Segundo o The Moscow Times, os meios de comunicação locais salientam a diferença clara entre “os gatos quentes e queridos do Tartaristão que enviamos aos nossos rapazes” e os “gatos selvagens que vivem no leste da Ucrânia ocupada pela Rússia” — que, aparentemente, são “comedores de homens“.
“Os gatos de Donetsk também são gatos, mas infelizmente vagueiam pelos campos onde, como sabem, há muitos soldados mortos“, disse Malygin, explicando a motivação por detrás da sua iniciativa.
O Tartaristão, onde vivem cerca de 2 milhões de tártaros, uma minoria étnica de origem turca, oferece aos novos recrutas dos soldos mais elevados do país: 1,5 milhões de rublos, mais de 15 mil euros.
Para além dos chamados “gatos da linha da frente“, a maratona televisiva do Tartaristão contou com a participação de artistas populares tártaros, soldados, oficiais e voluntários.
A nova campanha de mobilização de gatos para a frente de batalha vem reforçar o papel que estes felinos têm desempenhado na Guerra da Ucrânia — durante a qual também já foram usados pelos ucranianos para fazer companhia aos soldados e como instrumentos de propaganda. E para combater os ratos, claro.
Será que os gatos vão ganhar a sua guerra e salvar os soldados russos dos ratos que os atormentam?
As expectativas são elevadas, porque estes felinos efetivamente salvaram um dos mais famosos museus da Rússia — embora não durante a “Grande Guerra Patriótica”, como disse o voluntário tártaro.
Em 1745, a Imperatriz Elizaveta Petrovna, da Rússia, ordenou que fossem levados para o museu Hermitage, em São Petersburgo, “os maiores e melhores gatos de Kazan” para controlar uma infestação de ratos que tinham tomado conta do antigo palácio.
Estes felinos, que ficaram conhecidos como os “Gatos do Hermitage“, continuaram a viver no museu — exceto precisamente durante a “Grande Guerra Patriótica”, nome que os russos dão à Segunda Guerra Mundial, durante a qual todos os gatos do museu foram mortos.
Após o fim do conflito, a população de gatos foi reposta — e há atualmente cerca de 50 “Guardiões das Galerias” no Hermitage de São Petersburgo.
Cuidado, gatos! Ides ser comidos!
Será que há uma corelação com a notícia em que alguém anda a raptar gatos no Barreiro e ninguém sabe porquê. Centenas já desapareceram?
A fome é negra e os coelhos são bem vindos, lá não existe o PAN podem estar descansados.
Está pois esclarecida a notícia da caça a gatos na margem sul…!