A OSIRIS-REx vai ter um rendez-vouz com o temível Apophis

A nave espacial OSIRIS-REx da NASA vai passar pela Terra para entregar uma amostra do asteroide Bennu no dia 24 de setembro de 2023. Mas depois disso, não termina o que tem a fazer.

A NASA alargou a missão liderada pela Universidade do Arizona, que passará a chamar-se OSIRIS-APEX, para estudar o asteroide Apophis durante 18 meses, asteroide este que está perto da Terra.

O Apophis fará uma passagem próxima pelo nosso planeta em 2029, e não irá colidir com a Terra durante pelo menos um século.

A Universidade do Arizona vai continuar a liderar a missão, que fará a sua primeira manobra em direção ao asteroide Apophis 30 dias após a nave espacial OSIRIS-REx entregar a amostra que recolheu de Bennu em outubro de 2020.

Nesse momento, a equipa original da missão vai dividir-se – a equipa de análise da amostra irá estudar a amostra de Bennu, enquanto a equipa da sonda e dos instrumentos transita para a missão OSIRIS-APEX, abreviatura para OSIRIS-Apophis Explorer.

O professor de Ciências Planetárias Dante Lauretta vai continuar a ser o principal investigador da OSIRIS-REx durante os dois anos restantes da fase de entrega de amostras da missão.

A professora assistente de Ciências Planetárias e a investigadora principal adjunta da OSIRIS-REx, Dani DellaGiustina, tornar-se-á então a investigadora principal da OSIRIS-APEX.

Universidade do Arizona

A astrónoma Daniella DellaGiustina será a líder da missão OSIRIS APEX

Nave concebida para missões de rendez-vous

A equipa da missão fez uma busca exaustiva de potenciais alvos asteroidais. A  OSIRIS-REx foi construída para o que se chama de missão de rendez-vous, ou seja, em vez de fazer uma única passagem por um objeto e rapidamente capturar imagens e recolher dados, foi concebida para se aproximar e permanecer com o objeto.

“A nossa nave espacial, nisso, é realmente fenomenal“, diz DellaGiustina. “O Apophis é um dos asteroides mais infames. Quando foi descoberto pela primeira vez, em 2004, houve a preocupação de que iria colidir com a Terra em 2029 durante a sua aproximação.

“Esse risco foi anulado após observações subsequentes, mas esta será a distância mais pequena que um asteroide deste tamanho estará nos cerca de 50 anos em que já seguimos asteroides, ou até nos próximos 100 anos no que toca aos asteroides que descobrimos até agora.

“O Apophis vai passar a menos de um décimo da distância entre a Terra e a Lua durante o encontro de 2029. As pessoas na Europa e em África poderão vê-lo a olho nu, tal é a sua pequena distância à Terra“, salientou DellaGiustina.

A OSIRIS-REx foi lançada em 2016 para recolher uma amostra do asteroide Bennu que vai ajudar os cientistas a aprender mais sobre a formação do Sistema Solar e da Terra como um planeta habitável. A OSIRIS-REx é a primeira missão da NASA a recolher e a entregar uma amostra de um asteroide próximo da Terra.

A OSIRIS-APEX não vai recolher uma amostra, mas quando alcançar o Apophis, vai estudá-lo durante 18 meses e recolher dados ao longo do percurso.

Fará também uma manobra semelhante à que fez durante a recolha de amostras em Bennu, aproximando-se da sua superfície e disparando os seus propulsores. Este evento vai expor o subsolo do asteroide, para permitir aos cientistas da missão aprenderem mais sobre as propriedades materiais do asteroide.

Os cientistas também querem estudar como o asteroide será fisicamente afetado pela atração gravitacional da Terra, à medida que se aproxima em 2029.

Querem também aprender mais sobre a composição do asteroide. O Apophis tem aproximadamente o mesmo tamanho de Bennu – mais de 300 metros na sua linha mais longa – mas difere no que toca ao seu tipo espectral.

O Bennu é um asteroide do tipo B ligado aos meteoritos condritos carbonáceos, enquanto que Apophis é um asteroide do tipo S ligado aos meteoritos condritos comuns.

“A missão OSIRIS-REx já alcançou tantos feitos e estou orgulhoso por continuar a ensinar-nos sobre as origens do nosso Sistema Solar,” disse o presidente da Universidade do Arizona, Robert C. Robbins.

“A OSIRIS-APEX é uma manifestação de um objetivo central da nossa missão de impulsionar a próxima geração de líderes na exploração espacial. Não podia estar mais orgulhoso da Dani e da sua equipa APEX,” disse Lauretta.

// CCVAlg

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