A incrível história verídica do homem que esteve 382 dias sem comer

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AAP

Angus Barbieri antes de iniciar o seu jejum

Há quase 60 anos, um escocês iniciou um rigoroso jejum, que manteve durante mais de um ano, batendo todos os recordes conhecidos.

Em 1965, Angus Barbieri, um escocês de 27 anos, embarcou numa histórica jornada de perda de peso, que durou mais de um ano.

Barbieri esteve em jejum durante um período inédito de 382 dias, consumindo apenas vitaminas e bebidas sem calorias.

Com um peso de 207 quilos à data de início do seu jejum, Barbieri foi fortemente motivado pela sua luta contra o vício em comida e pelo desejo de atingir um peso mais saudável.

Sob supervisão médica, o escocês planeou inicialmente fazer um jejum de 40 dias, que depois se foi estendndo, à medida que o seu corpo se adaptava notavelmente bem.

A rotina de Barbieri incluía consultas hospitalares regulares e uma dieta de multivitaminas, potássio, sódio, levedura, café preto, chá e água com gás.

Surpreendentemente (ou talvez não), devido à falta de ingestão de alimentos sólidos, o jovem escocês necessitava de ir com muito pouca frequência à casa de banho.

A sua jornada terminou em julho de 1966, quando atingiu o objetivo de peso que tinha traçado: 82 quilos. Barbieri tinha perdido um total de 125 quilos.

No dia em que rompeu o seu épico jejum, com uma primeira refeição composta por um ovo cozido e pão com manteiga, o escocês expressou o seu prazer e sensação de saciedade após um período tão prolongado sem comer.

A transformação de Barbieri foi notável não apenas pela mudança física, mas também pelo seu impacto duradouro. Na altura da sua morte, em 1990, tinha recuperado apenas 7 quilos.

A sua conquista foi reconhecida pelo Livro de Recordes do Guinness em 1971. No entanto, desde então, o Guinness deixou de reconhecer recordes de jejum para desencorajar práticas potencialmente prejudiciais.

Segundo o All That’s Interesting, a ciência por trás do jejum de Barbieri envolve a autofagia, um processo natural em que as células se limpam de componentes desnecessários. Desencadeada pelo jejum, este processo foi intensificado no caso de Barbieri devido à natureza extrema do seu jejum.

Embora a autofagia tenha potenciais benefícios para a saúde, como a melhoria da função hepática e da resposta imunitária, também acarreta riscos, incluindo a promoção do crescimento de células cancerígenas e efeitos adversos nas células cerebrais e cardíacas.

Outros casos de jejum a longo prazo resultaram em graves consequências para a saúde, incluindo insuficiência cardíaca e morte por inanição.

O jejum tem raízes históricas profundas e é comum a várias práticas religiosas e culturais. Figuras como Jesus Cristo, Buda e Maomé defenderam os seus benefícios curativos, e continua a ser uma parte vital de algumas práticas religiosas como o Ramadão e a Quaresma.

Na medicina, o jejum é utilizado para benefícios específicos de saúde, como a redução da resistência à insulina em pacientes diabéticos. No entanto, os profissionais médicos alertam contra períodos de jejum prolongados como o de Barbieri, devido aos riscos potenciais envolvidos.

Ou seja, por favor não tente isto em casa.

ZAP //

1 Comment

  1. Estou enganado ou escreveram que a “autofagia” promove o crescimento de células cancerígenas???

    Têm evidência ciêntifica disso?

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