Costa está um “verdadeiro profissional” e Rio acabou a semana “em alta”, mas a grande surpresa é Rui Tavares

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António Cotrim / Lusa

O conselheiro de Estado e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes

O comentador político Luís Marques Mendes considera que, para já, “está tudo em aberto” e que as próximas semanas serão decisivas para encontrar o vencedor das eleições legislativas.

“Ao contrário de 2019, agora tudo está em aberto e ninguém pode facilitar”, considerou Luís Marques Mendes este domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC.

O conselheiro de Estado e antigo líder do PSD entende que as próximas semanas serão decisivas e, tendo em conta que a partir do dia 23 de janeiro já se vota, aconselhou os partidos a arrancar com as suas campanhas eleitorais.

Sobre os debates televisivos que antecedem a eleição, Marques Mendes considera que a grande surpresa é Rui Tavares, líder do Livre. “Demonstra preparação e conhecimento; é assertivo e acutilante sem ser deselegante”, afirmou.

“Pela sua qualidade política e intelectual, Rui Tavares devia estar no Parlamento, tal como Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal”, atirou. “A democracia plural só ganhava com a presença de cada um deles no Parlamento.”

Sobre a performance de António Costa, secretário-geral do PS, o comentador entende que “mudou muito em relação a 2019”.

“Em 2019 foi bastante negligente. Tinha as eleições ganhas à partida. Agora, está um verdadeiro profissional. Ganhou os vários debates. A necessidade aguça o engenho. Está assertivo e acutilante. O debate com Jerónimo de Sousa foi a prova disso. ‘Matou’ o PCP sem dó nem piedade”, disse.

Costa “tem uma mensagem política clara e única: esta crise era desnecessária; o país precisa de estabilidade; só uma maioria absoluta do PS pode garantir estabilidade. Parece Cavaco Silva em 1987, depois de uma crise igualmente impopular”.

Neste sentido, Marques Mendes não tem dúvidas de que o maior adversário do atual primeiro-ministro é o “cansaço”. “São os seis anos de Governo. Para muitos portugueses, há uma sensação de esgotamento.”

Nota positiva merece também o líder do maior partido da oposição. Rui Rio “não começou bem a semana, mas terminou-a em alta”.

No debate com André Ventura caiu na armadilha de discutir os temas do Chega, mas acabou a semana em alta: os debates com Francisco Rodrigues dos Santos e Rui Tavares correram-lhe francamente bem; e a apresentação do programa eleitoral foi um momento de boa eficácia política”, comentou.

Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, “está a fazer pela vida“, ao passo que Jerónimo de Sousa, secretário-geral comunista e representante da CDU, tem sido uma “desilusão”.

O PAN “luta pela sobrevivência”, mas “corre o risco de desaparecer”. “Não é responsável pela crise, mas corre sérios riscos com o voto útil”, considerou Marques Mendes.

À direita, André Ventura continua a traçar o seu caminho de “futebolização da política”, mas está a tornar-se uma “picareta falante“. Por sua vez, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, está “melhor nos debates do que está nas sondagens”.

Por último, João Cotrim Figueiredo, o líder do “partido da moda para algum eleitorado urbano e jovem”, que, apesar de tudo, não brilha. Ainda assim, assume uma posição mais confortável do que o CDS.

O comentador deu ainda uma nota sobre a ida às urnas. Segundo Luís Marques Mendes, o Conselho Consultivo da PGR vai dar luz verde à votação dos eleitores que se encontram em isolamento.

Liliana Malainho, ZAP //

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