“É realmente espantoso”. A Estrela da Morte de Saturno esconde um vasto oceano

NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute

Uma das luas mais pequenas de Saturno, Mimas, esconde um vasto oceano sob a sua superfície gelada repleta de crateras, sugere um estudo hoje publicado na revista científica Nature.

A água líquida é um elemento essencial para a vida tal como se conhece.

Há cerca de um ano, os cientistas tinham sugerido que Mimas, a lua mais pequena e interior de Saturno — conhecida por se assemelhar à “Estrela da Morte” da saga Star Wars — podia gerar a quantidade certa de calor para ter um oceano líquido interno.

Uma nova pesquisa, liderada por investigadores do Observatório de Paris, em França, e detalhada num artigo publicado esta quarta-feira na revista Nature, acaba de encontrar evidências de que Mimas esconde de facto um vasto oceano oceano no seu interior.

Segundo os autores do novo estudo, o oceano subterrâneo de Mimas terá entre cinco e 15 milhões de anos, o que faz de Mimas um alvo primordial para estudar as origens da vida no Sistema Solar.

A idade “jovem” deste oceano subterrâneo foi estimada a partir da análise das interações das marés de Mimas com Saturno, o segundo maior planeta do Sistema Solar, depois de Júpiter.

Ao analisarem alterações subtis na órbita e na rotação da lua, os autores do estudo puderam inferir a presença do oceano interno e estimar o seu tamanho e profundidade.

“A descoberta mais importante que o nosso estudo trouxe é a de que há condições de habitabilidade num objeto do Sistema Solar onde nunca, mas nunca, esperávamos encontrá-las”, diz ao Space.com o astrónomo Valery Lainey, investigador do Observatório de Paris e autor principal do estudo.

É realmente espantoso“, acrescenta o investigador.

O oceano de Mimas, que os autores do estudo admitem que possa preencher metade do volume da lua, terá cerca de 400 quilómetros de diâmetro e está a 20 a 30 quilómetros abaixo da crosta gelada. Por comparação, Júpiter tem cerca de 140 mil quilómetros de diâmetro.

Dado o pequeno tamanho de Mimas, o oceano desta lua de Saturno equivale apenas a 1,2% a 1,4% dos oceanos da Terra.

No seu trabalho, os investigadores analisaram dados da sonda espacial norte-americana Cassini, que orbitou Saturno e as suas luas durante mais de 10 anos.

Descoberta em 1789 pelo astrónomo britânico William Herschel, Mimas tem o nome de um gigante da mitologia grega e completa a família de luas raras do Sistema Solar que terão água líquida sob a sua superfície gelada:  Europa e Ganimedes, luas de Júpiter, e Encélado e Titã, luas de Saturno.

ZAP // Lusa

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