Um painel de especialistas em segurança defende que o portão que rodeia a Casa Branca tem de ser elevado em mais de um metro, recomendando o aumento do número de agentes que vigia a residência presidencial norte-americana.
Estas propostas, que também incluem melhorias no âmbito do treino, foram publicadas, esta quinta-feira, pelo grupo de trabalho, criado em outubro, a pedido do secretário para a Segurança Nacional, Jeh Johnson, depois de um homem armado ter conseguido entrar na Casa Branca sem ser intercetado a tempo.
“Uma cerca melhor pode proporcionar tempo, e o tempo é crucial na missão de proteção”, refere o relatório, em que se salienta que os segundos extra que se conseguem ganhar podem ser decisivos na proteção do Presidente dos Estados Unidos.
O painel recomenda que se eleva a altura entre 1,2 e 1,5 metros e a eliminação de traves horizontais que facilitam a subida, ao mesmo tempo que se tem em consideração a “histórica tradição” de que a Casa Branca deve ficar à vista do público.
“Contudo, os problemas expostos pelos recentes acontecimentos vão mais além do que uma cerca pode permitir”, referem os especialistas no documento, recomendando também o aumento do número de agentes que vigiam a Casa Branca para favorecer a importância dos turnos.
O relatório assinala, neste contexto, que esses agentes cumprem um número “excessivo” de horas, considerando que o tempo dedicado ao treino diminuiu, ficando “muito abaixo” dos níveis aceitáveis.
A divisão que se encarrega da segurança da Casa Branca é composta por 1.300 agentes. Os especialistas consideram que seriam necessários mais 200 efetivos e mais de 85 agentes especiais, responsáveis pela segurança do Presidente e da sua família.
Há dois meses, Omar J. González, um veterano da guerra do Iraque alegadamente com problemas mentais, conseguiu saltar a vedação e entrar, com uma arma branca, na Casa Branca, acedendo ao primeiro piso da residência presidencial.
O caso levou à demissão da diretora dos Serviços Secretos, Julia Pierson, que foi substituída interinamente por Joseph Clancy, que se reformou do corpo de segurança em 2011 após uma longa carreira em que dirigiu a divisão dedicada à proteção presidencial.
Julia Pierson, a primeira mulher a liderar este corpo, foi nomeada depois do escândalo de prostituição em que se viram envolvidos vários agentes dos Serviços Secretos, em abril de 2012, durante a Cimeira das Américas, na Colômbia.
O painel recomenda, além disso, que o próximo diretor seja alguém de fora dos Serviços Secretos, com conhecimentos militares ou pertencente a alguma agência de aplicação da lei e que possa levar a cabo uma “mudança de cultura” na organização.
/Lusa