Directora dos Serviços Secretos demite-se após sucessivas falhas na segurança de Obama

United States Secret Service / Wikimedia

Julia Pierson, ex-chefe dos Serviços Secretos dos EUA

Julia Pierson, ex-chefe dos Serviços Secretos dos EUA

Menos de um dia depois de sofrer duras críticas do Congresso ao tentar explicar como um homem armado invadiu a Casa Branca no último mês, a diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos, Julia Pierson, renunciou ao cargo esta quarta-feira.

O anúncio ocorre depois de vários incidentes que revelaram falhas na segurança do Presidente Barack Obama.

No mais recente, em 19 de setembro, o veterano de guerra Omar J. Gonzalez, armado com uma faca, saltou as grades da Casa Branca, correu pelo relvado, confrontou um agente, entrou na residência presidencial e chegou a percorrer algumas divisões antes de ser detido.

A invasão ocorreu poucos minutos depois de o Presidente e a família deixarem a Casa Branca.

O Secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, indicou Joseph Clancy, um ex-agente que já havia atuado na segurança do presidente, para ocupar o cargo interinamente.

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, o Presidente Obama telefonou para Pierson após o anúncio e agradeceu os seus serviços à agência e ao país.

Competência

Com 30 anos de atuação nos Serviços Secretos, Pierson tinha assumido no ano passado a direção dos Serviços Secretos – que até então estavam desgastados depois de vários escândalos a envolver agentes em missões no estrangeiro.

A pressão pela sua renúncia aumentou depois das declarações ao Congresso, na terça-feira, no qual assumiu a responsabilidade pelas falhas e disse que medidas de segurança adicionais já tinha sido tomadas.

Pete Souza / White House

Julia Pierson presta juramento como primeira mulher a dirigir os Serviços Secretos norte-americanos

Julia Pierson presta juramento como primeira mulher a dirigir os Serviços Secretos norte-americanos

Parlamentares democratas e republicanos colocaram em dúvida a competência dos Serviços Secretos de protegerem o Presidente e pediram uma investigação sobre a conduta da agência.

Entre as críticas está também o fato de os Serviços Secretos terem inicialmente omitido alguns detalhes sobre o incidente, como o fato de o invasor estar armado e ter entrado em algumas divisões da Casa Branca.

Na terça-feira, o jornal The Washington Post revelou que o invasor, Omar J. Gonzalez, foi detido por um agente que estava fora de serviço e estava a sair da residência no momento da invasão.

Outros lapsos

O incidente foi o último de uma série de lapsos na segurança do presidente. No mesmo dia em que o Washington Post noticiou detalhes sobre a invasão da Casa Branca, foi revelado também que um segurança privado armado tinha estado num elevador ao lado do presidente Obama, numa visita a Atlanta no mês passado.

O homem, que trabalhava como segurança no Centro de Controle e Profilaxia de Doenças visitado por Obama, “comportou-se de forma estranha” e não deixou de filmar o presidente dos EUA com o telemóvel depois de terem lhe pedido para desligar a câmara.

Ao abrirem-se as portas do elevador, Obama saiu acompanhado da maioria dos funcionários dos Serviços Secretos, mas alguns homens ficaram no elevador para interrogar o suspeito. Depois do incidente no elevador, que ocorreu a 16 de setembro, o homem foi imediatamente despedido.

ZAP / BBC / RVR

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