Foi apresentado na Grã-Bretanha um plano para permitir que os clientes dos bancos depositem cheques nas suas contas por meio de fotos tiradas por smartphones. Em vez de ir ao banco pessoalmente, os clientes poderão tirar uma fotografia do cheque e enviá-la electronicamente.
O governo está a analisar a ideia com o objectivo de avançar com as eventuais mudanças legais necessárias.
A tecnologia permitirá que os cheques sejam conferidos num prazo de dois dias, em vez dos seis em vigor actualmente.
Os bancos dizem que o novo método de transferência será mais conveniente e mais seguro.
“Mudar para um mundo virtual vai proporcionar uma experiência mais segura para o cliente em relação ao que o papel oferece hoje”, disse à BBC Antony Jenkins, CEO do banco Barclays.
Estas fotos não deverão ser armazenadas nos telefones, para evitar riscos caso os aparelhos sejam roubados ou perdidos.
Nos Estados Unidos, uma tecnologia similar foi introduzida há nove anos atrás, logo após o ataque ao World Trade Center. Uma nova lei, conhecida como Check 21, foi aprovada para permitir aos bancos processarem os cheques eletronicamente, em vez de transportarem versões de papel pelo país.
O governo britânico diz acreditar que uma mudança na lei na Grã-Bretanha pode estimular as pessoas a continuarem a usar os cheques.
As autoridades bancárias da Grã-Bretanha planeavam abolir o uso dos cheques até 2018, mas foram obrigadas a voltar atrás depois de grande oposição popular à ideia.
“Queremos inovar de maneira que o consumidor encontre benefícios nas novas tecnologias”, afirmou Sajid Javid, o secretário financeiro do Tesouro.
Em 2012, 10% de todos os pagamentos de particulares foram feitos por meio de cheques. Esse índice chegou a 25% no caso de entidades jurídicas.
Encerramento de agências
O Barclays está a planear lançar o programa piloto para pagamentos em cheques por smartfone a partir de abril de 2014.
Mas a nova tecnologia deve levantar novas questões acerca da dimensão bancos, uma vez que os clientes estão cada vez mais a usar serviços de homebanking, acedendo ao seu banco no computador ou telemóvel.
O mês passado o Barclays anunciou o encerramento de 1.700 postos de trabalho nos seus balcões de rua, como resultado directo da adesão às tecnologias móveis. A instituição já fechou em 2013 pelo menos 37 agências.
“As pessoas vão cada vez menos às agências, especialmente como resultado do uso de serviços bancários por telemóvel, e isso vai acelerar o processo”, disse Antony Jenkins.
ZAP / BBC