Alguém poderá ter conseguido ganhar controle do avião Airbus A321 da companhia russa Metrojet, para o fazer despenhar intencionalmente, disse na terça-feira à Sputnik News o ex-presidente do Comité de Análise de Acidentes da Federação Internacional de Pilotos de Linhas Aéreas, Dale Leppard.
“O relatório do acidente, que revela que a aeronave subia e descia alternadamente de forma rápida, parece indicar que havia problemas graves de controle do avião, ou que alguém que não o piloto tomou o controle e fazia tentativas de despenhar o avião”, disse Dale Leppard à Sputnik News.
Leppard está envolvido na investigação de acidentes aéreos há mais de 45 anos e trabalhou como consultor na área há mais de 4 décadas.
“A aeronave desfez-se em pedaços bastante antes de chocar com o solo, porque se encontram corpos e destroços a distâncias de quase 5 km do local do acidente”, disse Leppard.
“Encontrámos uma menina de três anos de idade a 8 km de distância do local” dos destroços principais, disse no domingo um porta-voz das autoridades egípcias.
Tal significa que a hipótese de um engenho explosivo ter sido instalado a bordo do avião não deve ser descartada.
O relatório, com base nos dados das caixas pretas do A321 russo, estará pronto dentro de uma a quatro semanas, disse terça-feira o porta-voz do governo egípcio, Hossam Kawish.
Satélite militar detetou foco de calor no momento do acidente
Um satélite militar dos Estados Unidos detetou um foco de calor proveniente do Airbus A321 russo que no sábado se despenhou no deserto do Sinai, no Egito, noticiou a televisão norte-americana CNN.
Os serviços de informações, tanto norte-americanos como egípcios, descartaram a hipótese de o aparelho ter sido atingido por um míssil disparado do solo, como reivindicou um grupo com ligações aos extremistas do Estado Islâmico.
Mas responsáveis da administração norte-americana disseram esta terça-feira à CNN que um satélite militar detetou um foco de calor no momento do acidente, o que “sugere um acontecimento catastrófico” durante o voo.
Entre as causas possíveis, segundo os analistas, estão a explosão de uma bomba no interior do aparelho, a explosão de um motor, um foco de incêndio provocado por um problema estrutural do avião ou o embate de destroços no solo.
No passado sábado, 31, um Airbus A321 pertencente à empresa russa Metrojet, marca da companhia mãe Kogalymavia, saiu do aeroporto da cidade balneária de Sharm el-Sheikh, no Egito, rumo ao aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo, na Rússia.
Quando atravessava o céu sobre a península do Sinai, a aeronave desapareceu dos radares e deixou de responder aos controladores de voo.
23 minutos depois, confirmou-se a queda do avião, que foi encontrada espalhada em pedaços no solo.
Todos os 217 passageiros e 7 membros da tripulação morreram.
ZAP / SN / Lusa
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