O vice-presidente da FED, a Reserva Federal norte-americana disse este sábado que não se deve esperar por uma inflação de 2% para subir as taxas de juro e reconheceu que a instituição acompanha de perto a evolução da economia chinesa.
Stanley Fischer, número dois do banco central norte-americano, afirmou na conferência financeira que decorre anualmente em Jackson Hole (Wyoming) que “não se deve esperar que a inflação volte aos 2% para começar a apertar” o crédito.
Nos Estados Unidos, as taxas de juro estão em níveis muito baixos (perto de zero) desde a crise financeira de 2008.
Fischer, rompendo com o vocabulário prudente normalmente utilizado pelo comité de política monetária da Reserva Federal, também reconheceu que o banco central está preocupado com o impacto de uma desaceleração da economia chinesa, a segunda economia mundial.
“Neste momento estamos a acompanhar a evolução da economia chinesa e seguimos de perto os seus efeitos reais e potenciais noutras economias”, assinalou.
O abrandamento da economia chinesa, que tem agitado as bolsas nas duas últimas semanas, pode afetar a inflação nos Estados Unidos, nomeadamente através da queda do preço das matérias-primas.
O comité de política monetária da FED vai reunir-se a 16 e 17 de setembro.
Antes da incerteza sobre a China ter atingido os mercados, a maioria dos analistas previa que a Fed começasse a normalizar a sua política monetária a partir dessa data.
Mas, na quarta-feira, um outro responsável do banco central, William Dudley, da Fed de Nova Iorque, disse que, devido à situação de turbulência, a necessidade de um aumento das taxas de juro a partir de setembro lhe parecia agora “menos premente”.
/Lusa