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Governo privatiza CP Carga e desiste de vender a EMEF

G-Man / wikimedia

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O Governo decidiu em Conselho de Ministros, esta quinta-feira, não aceitar a proposta apresentada pela Alstom à compra da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, ficando “sem efeito a operação em curso”.

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, explicou que a decisão de não avançar com a privatização a empresa teve em conta “os riscos associados ao prosseguimento desta operação e mostra que não há nenhuma obsessão do Governo em relação às privatizações”.

Segundo o governante, a queixa da Bombardier à Comissão Europeia, alegando que a EMEF recebeu ajudas estatais de 90 milhões de euros, “é uma ameaça muito importante ao futuro da empresa”.

Em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, Sérgio Monteiro realçou que “o processo [de privatização da EMEF] termina aqui”, adiantando que, a partir de agora, será acelerado o processo de reestruturação da empresa de manutenção ferroviária, que tem justamente como principal cliente a CP.

“A reestruturação da empresa que tem vindo a ser feita continuará, mas agora num contexto de maior rapidez e constrangimento temporal porque a CP não pode prestar qualquer tipo de apoio à EMEF”, declarou.

Questionado pelos jornalistas sobre os moldes dessa reestruturação, o secretário de Estado adiantou que serão dadas “instruções” à CP para apresentar um plano para que “a empresa não tenha mais problemas de tesouraria nem necessite de se endividar junto da banca até porque a CP não tem disponibilidade para prestar garantias a esse financiamento”.

O Governo recebeu duas propostas à compra da EMEF – do grupo francês Alstom e da alemã Bavaria – tendo passado a primeira à fase de negociações, para uma semana depois suspender o processo, na sequência de uma queixa da Bombardier em Bruxelas, que “coloca no futuro uma contingência de valor e data desconhecida que interfere com a proposta e com o encaixe da operação”, acrescentou a secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco.

A governante sublinhou que não estava em causa o mérito da proposta apresentada pela Alstom.

/Lusa

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