Presidente do Eurogrupo “não tem a certeza de que haverá progressos hoje” com a Grécia

EU Council Eurozone / Flickr

O presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem,

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse que não está certo de que serão feitos progressos quanto à Grécia na reunião desta quinta-feira e recusou “especular” sobre um incumprimento do país perante o FMI.

“Não tenho a certeza de que vamos fazer quaisquer progressos. Farei saberem no final na reunião”, disse Dijsselbloem à chegada à reunião dos ministros das Finanças da zona euro, que se realiza hoje à tarde no Luxemburgo,

O também ministro das Finanças da Holanda disse que há que esperar para ver se o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, irá trazer alguma novidade hoje para a mesa de negociações, mas afirmou que não tem “muita esperança”.

“O tempo está a ficar muito, muito curto”, avisou por, pelo menos, duas vezes, recordando que a extensão do programa de resgate acaba no final do mês.

Dijsselbloem recusou ainda “especular” sobre o que acontecerá se a Grécia não pagar ao FMI até 30 de junho, isto depois de já hoje a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) ter dito no Luxemburgo que a Grécia tem que pagar os 1,6 mil milhões de euros que deve à instituição, acrescentando que não há “período de graça” para Atenas.

A menos de duas semanas de expirar o programa de assistência financeira a Atenas e da data limite para a Grécia pagar 1,6 mil milhões de euros ao FMI – ambas a 30 de junho -, os ministros das Finanças da zona euro encontram-se hoje no Luxemburgo, mas sem qualquer esboço de compromisso sobre a mesa e com as negociações ao nível técnico suspensas face às diferenças entre o Governo grego e os seus credores.

As reformas que mais afastam Atenas e credores têm que ver com cortes nas pensões, sobretudo nos complementos das reformas mais baixas, e subidas no IVA (imposto sobre o consumo, especialmente nos medicamentos e eletricidade). No excedente orçamental primário (diferença entre as receitas e despesas das contas públicas, excluindo os juros) há um entendimento no valor a alcançar, mas é preciso concordar nas medidas para lá chegar.

O Governo grego quer ainda uma estratégia para lidar com a elevada dívida do país, o que poderia ser feito através de uma nova reestruturação da dívida, que na Europa parece ser tema tabu.

Sem acordo, a Grécia – com os cofres públicos praticamente sem dinheiro – fica à beira do incumprimento (default) e mesmo de uma saída da zona euro (o famoso Grexit).

Portugal está representado neste Eurogrupo pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

/Lusa

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