A maioria de unidades de Alojamento Local continuam a ser de proprietários individuais, mas há cada vez mais empresas a entrar no setor, especialmente no Porto e em Lisboa.
O setor do alojamento local (AL) em Portugal mantém-se, sobretudo, nas mãos de pequenos proprietários individuais de nacionalidade portuguesa, mas os dados mais recentes revelam diferenças significativas entre regiões. Em Lisboa e no Porto, a presença de empresas como titulares e proprietárias das unidades é mais expressiva, contrastando com a predominância de particulares no Algarve.
De acordo com o Registo Nacional do Alojamento Local (RNAL), gerido pelo Turismo de Portugal, existiam a 20 de agosto 124 700 unidades de AL registadas em todo o país. Destas, 13 828 — cerca de 11% — pertencem a empresas. No entanto, o número real poderá ser superior, uma vez que os dados não permitem identificar quando um titular particular regista imóveis que, na verdade, pertencem a sociedades.
No distrito de Lisboa, as empresas detêm 3304 das 25 966 unidades registadas, o equivalente a 12,7%. No município da capital, a proporção é ainda maior, próxima de 14%. No Porto, o peso empresarial ultrapassa 14% no distrito e chega a mais de 15% na cidade. Já no Algarve, principal destino turístico do país, a percentagem é inferior à média: 9,4%, ou um em cada 11 registos, refere o Público.
Apesar da relevância crescente das sociedades, o setor continua marcado pela dispersão de pequenos titulares. Os dados do RNAL revelam que existem mais de 100 proprietários com pelo menos dez unidades em seu nome, sobretudo concentrados em Lisboa, Porto e Faro. No total, 139 empresas controlam 2762 alojamentos, dos quais mais de 80% estão nestes três distritos.
Entre os maiores proprietários, destaca-se a algarvia Interjumbria – Empreendimentos Turísticos, com 141 unidades, fundada pela família de José Humbria Correia, figura histórica da hotelaria da região. Segue-se a Sociedade de Construções Lindalgarve, também no Algarve, com 108 imóveis. Em Lisboa, a liderança pertence à Morgan-Jupiter II, detida por um empresário de Hong Kong e proprietária de 31 unidades, enquanto no Porto a maior presença empresarial é a Debates Cruzados, com atividade na promoção imobiliária.
Imóveis construídos para habitação não podem ser colocados para alojamento local, turístico, temporário, ou de curta duração, é proibido por Lei.