Governo integrou 27 medidas do Chega e 25 do PS no seu programa

António Cotrim / Lusa

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, acompanhado pelos seus ministros e secretários de Estado do XXV Governo Constitucional

O Governo indicou esta segunda-feira que incluiu 80 medidas da oposição no programa do executivo PSD/CDS-PP, incluindo 27 do Chega, 25 do PS e 16 da IL.

No ano passado, o primeiro Governo PSD/CDS-PP liderado por Luís Montenegro já tinha reclamado a inclusão de 60 medidas dos programas da oposição no seu próprio programa. Este ano, incluiu mais 20.

Das 80 medidas da oposição incluídas este ano, 27 são do Chega, 25 do PS, 16 da IL, seis do Livre, duas do PCP, duas do PAN e uma do BE e outra do JPP.

Na semana passada, no final do Conselho de Ministros que aprovou o programa do XXV Governo Constitucional, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, já tinha afirmado que o documento voltaria a incluir medidas da oposição.

No mesmo dia, o ministro detalhou que o programa do segundo executivo liderado por Luís Montenegro assenta em 10 eixos prioritários.

PS acusa AD de esconder medidas

Este domingo, os socialistas acusaram Luís Montenegro de esconder medidas agora propostas durante a campanha eleitoral.

José Luís Carneiro, candidato único à liderança do PS, e Carlos César, presidente do partido, acusaram Montenegro de se chegar “mais à direita”, acrescentando medidas ao Programa do Governo que não faziam parte do programa eleitoral da Aliança Democrática.

Carneiro deu como exemplo as “matérias laborais” e da lei da greve, “que não foram abordadas em sede de campanha eleitoral”.

Esta segunda-feira, no programa “Explicador” do Observador o líder da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, considerou que é “normal” o Governo dar voz a propostas da oposição e que as críticas do PS são “injustas”.

“O programa eleitoral está todo ele vertido no programa do Governo, mas depois o programa do Governo deve ir além e ter em atenção também as propostas dos outros partidos“, esclareceu.

Hugo Soares respondeu que se “se o Governo não acolhesse propostas” da oposição “estavam a dizer que o Governo era autocrático”.

O social-democrata sublinhou ainda que o direito à greve “não está em questão e nunca estará em questão (…) O que está em questão é compaginar o direito à greve com o exercício de outros direitos e de outros mecanismos”.

ZAP // Lusa

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