Estalou o verniz em Braga: Pedro Nuno retira apoio a candidato investigado por violência doméstica

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Victor Hugo Salgado / Facebook

Victor Hugo Salgado

Depois de se saber que o presidente do PS/Braga, Victor Hugo Salgado, está a ser investigado por violência doméstica, o partido pediu-lhe que renunciasse ao cargo. Pedro Nuno Santos também retirou o apoio ao amigo, na candidatura à Câmara de Vizela.

Na quinta-feira passada o Observador noticiou que Victor Hugo Salgado, presidente da Câmara Municipal de Vizela e presidente do PS/Braga, está a ser investigado por suspeitas do crime de violência doméstica.

Quatro dias depois, o amigo Pedro Nuno Santos pediu-lhe que renunciasse ao cargo, informando-o de que não o apoiará na recandidatura à Câmara de Vizela.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o PS expressa “a sua inequívoca condenação de qualquer forma de violência doméstica e manifesta profunda preocupação com as informações que vieram a público” sobre o presidente da Câmara de Vizela e da Federação Distrital de Braga do PS.

“O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, solicitou a Victor Hugo Salgado que renunciasse ao cargo de presidente da Federação do PS de Braga. Informou igualmente que o Partido Socialista não apoiará a sua recandidatura à presidência da Câmara Municipal de Vizela”, anuncia no mesmo comunicado.

O PS reafirma o “compromisso com o combate firme e determinado a todas as formas de violência, independentemente de quem as pratique”.

“Sublinhamos que o caso se encontra em fase de inquérito e que é à Justiça que compete apurar os factos e assegurar a responsabilização adequada, com pleno respeito pelo princípio da presunção de inocência”, acrescentou ainda.

Victor Hugo demite-se, mas lamenta

Ao final do dia desta segunda-feira, Victor Hugo Salgado acabou mesmo por se demitir, lamentando a decisão do partido de não o apoiar na sua recandidatura à Câmara de Vizela.

Lembrando não ter sido ouvido nem acusado em qualquer processo, o autarca concluiu que, por isso, o PS se precipitou “ao manifestar uma posição de não apoio à sua candidatura nas próximas eleições autárquicas”.

Victor Hugo Salgado afirmou que, antes do comunicado do PS, já tinha demonstrado ao secretário-geral a sua vontade de se afastar da presidência da Federação Distrital de Braga, tal como de todos os cargos que ocupa nos órgãos do partido, “para não prejudicar o processo eleitoral das legislativas”.

As agressões terão ocorrido em fevereiro deste ano, e terão obrigado a mulher a ser socorrida no hospital por duas vezes num espaço de menos de 24 horas no Hospital de Guimarães, que se recusou a comentar.

A PGR escreve que “confirma-se apenas a existência de um inquérito, sujeito a segredo de justiça”. A GNR afirma que “diligências de investigação no âmbito do processo crime em causa”.

Sexta-feira, Victor Hugo Salgado referiu que as notícias sobre alegadas agressões à mulher são uma “tentativa de instrumentalização da vida privada para fins políticos”.

“A exposição pública destes factos [notícias de alegadas agressões físicas], alheios à vida cívica ou ao debate político, constitui uma tentativa de instrumentalização da vida privada para fins de combate político”, adiantou o autarca e a mulher num comunicado conjunto e a que a Lusa teve hoje acesso.

Sobre estas notícias, Victor Hugo Salgado referiu, no comunicado enviado à Lusa que “não tem conhecimento da existência qualquer processo.

“Não fui constituído arguido e estou totalmente disponível para prestar declarações perante qualquer entidade judicial”, reforçou o atual autarca socialista de Vizela.

Candidatura em aberto

Victor Hugo não esclarece, no entanto, se mantém a sua candidatura à presidência do município, depois de o PS lhe ter retirado o apoio.

A Lusa tentou, sem sucesso, ouvir Victor Hugo Salgado para esclarecer essa questão.

Para o autarca, as notícias que dão conta do seu envolvimento num processo de violência doméstica “surgem de um conjunto de emails anónimos que circularam numa tentativa de instrumentalização da vida privada para fins de combate político”.

“Este tipo de notícias prejudica gravemente o crescimento saudável dos meus filhos e causam danos irreparáveis ao seu desenvolvimento”, rematou.

O autarca de Vizela havia anunciado a recandidatura às próximas eleições, em março, num jantar de apresentação que contou com a presença de Pedro Nuno Santos.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. ena pá, parece que agora lentamente estamos a inverter o caminho até agora caminhado, preferindo Cavalheiros nos cargos Publicos em vez de jagunços-
    Continuem, vão no caminho certo. Mas será que é só para as Elieçoes e no dia seguinte ols mesmos entram pelas portas do fundo?

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