Comprar sem saber o que está lá dentro: o fenómeno das encomendas perdidas chegou ao Norte

Cortesia / Trevobox

Clientes aproximam-se, podem olhar para o exterior, mas nunca sabem o que está no interior. 100 gramas custam 2,49 euros.

O fenómeno pode parecer estranho mas, pelos vistos, tem muitos adeptos em Portugal.

Anda a circular por Portugal, ainda nos seus primeiros passos, um novo negócio: aproveitar as encomendas não reclamadas.

As encomendas perdidas, em vez de ficarem a entupir armazéns e correios, e em vez de serem destruídas, agora são vendidas.

Os pacotes são vendidos ao quilo e estão fechados. Sem anunciar o que se está lá dentro. Ou seja, o cliente compra sem saber o que está a comprar. Paga mas não sabe o que está a pagar.

Os franceses da Colis Colis já tinham chegado a Portugal no final de 2024.

Mas também há uma empresa portuguesa neste mercado: a Trevobox.

A rede de abastecimento da empresa é maioritariamente internacional, garantindo lotes diversificados de encomendas descartadas pelos expedidores, geralmente provenientes do mercado asiático.

“Nós não sabemos o que está no interior das encomendas e os clientes também não”, confirma o fundador da marca, Miguel Puech.

As encomendas são vendidas a peso, a partir de 2,49 euros por 100 gramas. “E já tivemos momentos marcantes, como quando uma senhora disse que lhe ia sair um telemóvel e foi isso mesmo que aconteceu. Cada cliente que abre uma encomenda pode encontrar algo totalmente inesperado e isso é parte do encanto da Trevobox”, lê-se, em comunicado enviado ao ZAP.

Os algarvios já tinham estado em eventos em Portimão e em Albufeira; abriram um espaço temporário em Faro.

Mas agora viajaram uns quilómetros e chegaram ao Norte de Portugal, mais concretamente à fronteira com o Porto, ao Parque Nascente (Gondomar). Abriu uma pop-up store, que está disponível até ao ao final deste mês, Março.

Lá dentro das encomendas pode-se encontrar artigos electrónicos, roupas, brinquedos, utensílios… “No fundo, isto é como o Natal. Todos recebem um presente, não sabem o que está no interior, por norma até supera o esperado, mas pode acontecer o contrário, por uma questão de gosto ou expectativa”.

“Só há uma regra de extrema importância: não se pode abrir ou espreitar os pacotes, para não estragar a experiência das outras pessoas”, avisa Miguel.

E, confirma-se, há mesmo interessados: a loja temporária no Parque Nascente “tem gerado filas e um ambiente de descoberta que transforma cada dia na pop-up numa experiência especial”, diz Miguel Puech.

ZAP //

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