MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O primeiro-ministro, Luís Montenegro (E), ladeado pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro (D), durante a discussão da moção de censura do PCP.
“Estas eleições são tudo aquilo que o pais não queria e os próprios partidos não queriam” — só há um partido interessado. Governo e oposição atiram culpas, mas “anda toda a gente a fazer jogos”?
Em apenas duas semanas, uma nova crise política atingiu o país. Depois de rejeitadas duas moções de censura ao Governo, o primeiro-ministro propôs uma moção de confiança, que deve encaminhar Portugal para as urnas, um ano depois das legislativas que colocaram Luís Montenegro no poder.
Mas o que é que nos trouxe aqui tão rápido?
Montenegro diz que não tem tempo para prestar esclarecimentos, e a falta de respostas sobre a Spinumviva, empresa da qual foi sócio até junho de 2022 e que passou a pertencer à sua mulher e aos filhos de ambos, está na origem de toda a crise.
“Luís Montenegro arrastou o país para umas indesejáveis eleições”, acredita Pedro Marques Lopes.
Mas por outro lado, o PS “está a jogar entre a cobardia e o cinismo”, ao não votar ou apresentar a moção de censura e por querer “grelhar” Montenegro um pouco mais em comissão de inquérito, diz Pedro Gomes Sanches no espaço de comentário da SIC Notícias.
“Dizer que nós é que criámos esta crise é o mundo ao contrário”, diz esta quinta-feira a líder parlamentar socialista Alexandra Leitão: moção de confiança é “ato provocatório” do Governo, uma opinião que ecoa no resto do partido.
“A culpa é exclusivamente das oposições”, diz por sua vez Paulo Núncio, líder parlamentar do CDS-PP: estão “com fome” de eleições.
“O Partido Socialista optou por instabilidade longa, permanente e pelo desgaste do Governo”, disse ontem em entrevista à SIC o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.
Na verdade, “ninguém parece estar interessado no país”, diz ainda o cronista do Expresso: “anda toda a gente a fazer jogos (…) é lastimável”.
E, atira, paira no ar uma “falsidade: a ideia de que os políticos não podem ter vida antes e depois da política. Não é esse o caso”, esclarece: “isto é sobre recebimento de proveitos enquanto se está na política (…) isto não acontece no vácuo”.
“Futuro próximo é negro”
“O país tem assistido a um degradar dramático de todo o sistema político partidário, isto é demasiado violento e a democracia começa a ficar em perigo“, alerta o diretor geral de informação da SIC, Bernardo Ferrão.
Se ganhar ao PS e vencer as eleições, “o que acontece a Pedro Nuno Santos? Mantém-se?”, questiona: “é uma situação que é preciso resolver dentro do PS”. “E se Pedro Nuno ganhar as eleições? Como aprova orçamentos? Como aprova o programa do Governo se for a votação”.
Ferrão avisa: “o futuro próximo é negro, muito complicado e de grande bloqueio”.
“A partir de agora começa a verdadeira instabilidade. Estas eleições são tudo aquilo que o pais não queria e os próprios partidos não queriam. O único verdadeiramente interessado é o Chega, que percebe que todo este ambiente é muito propício”, diz.
Além disso, a crise que aí vem “vai ter efeito em várias frentes”: nas autárquicas, por exemplo, os candidatos do PSD “vão sofrer na campanha e nos resultados”; nas presidenciais, Gouveia e Melo é dos poucos que pode tirar partido, por se posicionar como antipartidário.
O título é muito adequado. Isto é uma briga de macacos irresponsáveis. O prejuízo que o PM possa ter causado ao país é “peanuts” ao pé disto. Quando é que o povo dá uma lição a esta gente nas eleições? Precisávamos era de um governo de Macedos.
Mau demais para ser verdade… a bolha político-mediática continua a desgraçar este país.
A grande maioria dos portugueses quer lá saber destes casinhos… quer é que os deputados e governantes trabalhem em prol dos portugueses. Isto só interessa aos jotinhas e cronistas, que se alimentam disto e divertem-se nas suas almoçaradas com vista para o mar!