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Afinal, a prenda de Natal da Prozis ainda não foi paga. Milhão culpa os jornalistas

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CV (YouTube)

Miguel Milhão, Prozis

Miguel Milhão, fundador da Prozis

O dono da Prozis, Miguel Milhão, anunciou em Dezembro passado, uma prenda de Natal de 1.300 euros a “cada um” dos cerca de 1.500 trabalhadores da empresa. Mas o valor ainda não foi pago, e o número pode, afinal, ser diferente.

O pagamento da tal “prenda de Natal” prometida por Miguel Milhão está dependente da “data em que ficarão formalmente determinados os lucros das empresas [do grupo], e terá em conta o contributo de cada um para aqueles resultados”, apurou o Jornal de Negócios.

A publicação de economia cita um alegado e-mail que foi enviado aos trabalhadores da Prozis sobre a tal “prenda de Natal”, e que salienta que “a gratificação anunciada na última festa de Natal” da empresa “teve como fundamento os bons resultados do grupo durante o ano de 2024”.

“Como as contas das empresas relativas ao ano de 2024 serão encerradas e auditadas no mês de Março de 2025, legalmente (sob o ponto de vista fiscal e financeiro) a gratificação apenas poderá ser processada a partir do mês de Abril de 2025, data em que ficarão formalmente determinados os lucros das empresas, e terá em conta o contributo de cada um para aqueles resultados”, aponta o e-mail.

A mensagem dá ideia de que o valor do prémio vai, afinal, depender dos lucros obtidos e da performance individual de cada funcionário, ao contrário do que Milhão tinha deixado subentender em Dezembro de 2024.

Milhão culpa jornalistas pelo “atraso português”

O próprio Milhão assumiu ao Negócios que os trabalhadores “ainda não receberam um cêntimo” da prometida prenda.

Quando foi instado a explicar as razões para isso, o empresário culpou os jornalistas dos media de economia que “têm responsabilidade na causa do atraso português“.

Entretanto, Milhão usou a rede social X, o antigo Twitter, para acusar o jornalista de não ter tido “a dignidade de publicar” a declaração que lhe enviou numa conversa pelo WhatsApp.

O empresário partilha uma captura de imagem da conversa que terá mantido com o jornalista do Negócios, onde se pode ler a declaração a que se refere. “Miguel Milhão garantiu que ainda não foi distribuído um cêntimo porque os jornalistas e editores do Negócios não têm literacia financeira e fiscal“, pode ler-se.

Noutra publicação no X, Milhão faz apelo “por um Portugal onde os empresários são livres para dar prémios aos seus colaboradores sem serem perturbados por jornalistas sem literacia fiscal“.

Milhão habitou os portugueses a declarações controversas. Chegou a dizer que “a Prozis não precisa de Portugal“, nem ele, porque diz ter “recursos ilimitados”.

Mas o que é facto é que o grupo tem recebido o apoio de vários milhões de euros de programas do Governo português para aplicação de Fundos Europeus.

Nesse âmbito, deverá receber mais de 1 milhão de euros do PRR – o Plano de Recuperação e Resiliência – no âmbito do projecto “Embalagem do Futuro | + Ecológica + Digital + Inclusiva”, conforme adianta o Negócios.

A Prozis é uma marca global no mundo da nutrição desportiva e tem uma facturação da ordem de mais de 200 milhões de euros, segundo adianta o jornal económico.

ZAP //

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