O que é o festival Kumbh Mela e porque é que está a fazer dezenas de mortos na Índia?

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Ministry of Culture / Wikimedia Commons

Festival Kumbh Mela, na Índia

É o maior festival religioso do mundo e recebe 400 milhões de pessoas, o que não é humanamente suportável. Já houve 39 mortes.

O festival Kumbh Mela acontece todos os anos na Índia, e centra-se na religião hindu. Este ano, o governo indiano garantiu que esperava receber no evento, o maior festival de cariz religioso do mundo, 400 milhões de pessoas, mais do que a população dos EUA — cerca de 40 vezes toda a população portuguesa junta.

O festival dura 45 dias e as margens do rio Ganges, em Uttar Pradesh, numa extensão de 40 km2, enchem-se de tendas, de pessoas a mergulhar nas águas num ritual de culto, de campistas e, este ano, de naga sadhus, homens nus e cobertos de cinzas considerados santos, que vivem isolados por motivos religiosos.

O local de culto concentra-se no triveni sangam, a confluência sagrada dos rios Ganges, Yamuna e do mítico Saraswati, em Prayagraj, onde os crentes mergulham para limpar os seus pecados e serem libertos do ciclo da reencarnação (uma popular crença na Índia).

Para mergulhar no rio, esta quarta feira era o dia mais favorável, de acordo com o The Guardian, e esperava-se que lá fossem cerca 100 milhões de pessoas. Correu mal.

À medida em que as pontes e os passadiços de acesso ao rio começavam a ficar sobrelotadas (já tinham mergulhado dezenas de milhões de pessoas), as autoridades começaram a pedir às pessoas que dessem apenas um mergulho e voltassem para trás.

Mas, com a confusão e sobrelotação total do espaço, muitas pessoas começaram a sentir-se sufocadas e a tentar escapar à multidão por entre corrimões e gradeamentos. 50 pessoas ficaram feridas e pelo menos 39 morreram esmagadas, número avançado pela Reuters.

Para além disso, aponta o ministro-chefe da região, “entre a 1h e as 2h da madrugada, alguns devotos tentaram atravessar as barricadas que foram colocadas na área designada para as seitas monásticas para tomar banho. Isso causou alguns ferimentos nos devotos que foram imediatamente encaminhados para o hospital”.

E esta não é a primeira vez em que isto acontece na Índia: em 2013, também durante o Kumbh Mela, 42 pessoas morreram numa multidão de devotos que chegavam a uma estação de comboios.

No passado verão, 121 pessoas morreram numa reunião religiosa em Hathras, sufocadas por uma multidão, e, ainda este mês, seis devotos morreram também asfixiados devido à sobrelotação de um templo na Índia.

ZAP //

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