José Coelho / Lusa
O antigo presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa
“Joca”, ex-agente da PSP, seria líder de uma das maiores redes de tráfico de droga do país. Viajou para a República Dominicana com a família Madureira com dinheiro do FC Porto.
Entre as estadias de luxo pagas pelo ex-presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, com crédito do clube, os cofres azuis e brancos também terão pago uma viagem à República Dominicana a Alberto Couto, conhecido como “Joca”, atualmente detido por suspeitas de liderar uma das maiores redes de tráfico de droga em Portugal, segundo o Correio da Manhã.
Ex-agente da PSP e padrinho de uma das filhas de Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões e único detido do âmbito da Operação Pretoriano, “Joca” foi apanhado em escutas que confirmam a sua presença numa viagem à República Dominicana custeada pelo FC Porto. Segundo o matutino, tentou evitar ser fotografado, mas acabou por ser apanhado ao telefone.
Numa megaoperação da PJ de maio passado, que visava a maior rede de tráfico de droga do país, Joca — que é suspeito de ter herdado a liderança da rede após Xuxas ter sido preso em 2022 — estava entre os detidos.
Além da República Dominicana, o FC Porto terá pago viagens a Ibiza, à Disneylândia, México, Sardenha, São Paulo e Rio de Janeiro. As viagens, realizadas entre 2017 e 2024, terão envolvido frequentemente familiares e amigos, incluindo o “Macaco Líder”, Fernando Madureira, e a esposa Sandra Madureira.
Uma recente auditoria aos “dragões” encomendada por André Villas-Boas à Deloitte revelou prejuízos de 59 milhões de euros. A gestão do clube tem sido alvo de críticas, levantando questões sobre práticas danosas e a dificuldade de provar má-fé nos negócios realizados.
O FC Porto também reclama 5 milhões de euros em indemnizações no âmbito da Operação Pretoriano, devido a alegados danos patrimoniais e de reputação sofridos. Segundo o clube, o bom-nome foi seriamente afetado pelos casos em investigação.
O Ministério Público (MP) está livre para investigar ex-administradores do FC Porto por suspeitas de crimes como gestão danosa, abuso de confiança, fraude fiscal e burla sem precisar que seja apresentada queixa.
Entre os envolvidos encontra-se o ex-presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, que pode vir a ver os seus bens arrestados pela Justiça.
