O Presidente dos EUA, Barack Obama, concordou esta terça-feira em retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, informou a Casa Branca, um passo decisivo para a normalização das relações bilaterais ao fim de décadas de hostilidade.
Segundo a Casa Branca, Obama notificou o Congresso da sua “intenção de rescindir” a inclusão de Cuba na lista, que tem sido um dos principais obstáculos ao estabelecimento de embaixadas em Washington e Havana.
Os congressistas têm 45 dias para tomar uma decisão, que pode ser inclusive a de oposição à decisão presidencial.
“O Governo de Cuba não deu qualquer apoio ao terrorismo internacional nos últimos seis meses“, escreveu Obama, na sua notificação.
A decisão ocorre três dias depois de Obama e Raul Castro terem mantido um encontro ao longo de uma hora, no que foi o primeiro cara a cara entre presidentes dos EUA e de Cuba em meio século.
Se a decisão de Obama tiver a aprovação do Congresso, Cuba vai voltar a ter acesso ao sistema bancário dos EUA, autorizar a abertura de uma embaixada e facilitar a intensificação do comércio entre estes dois inimigos durante a Guerra Fria.
Os republicanos, que dominam as duas câmaras do Congresso, já exprimiram a sua oposição ao desanuviamento com o regime nominalmente comunista da ilha.
Cuba foi colocada na lista, que inclui Síria, Sudão e Irão, em 1982, por acolher militantes separatistas bascos da ETA e guerrilheiros colombianos das FARC.
A Casa Branca adiantou que as agências governamentais, incluindo os serviços de informações, concluíram que Cuba deveria ser retirada da lista.
“As circunstâncias mudaram desde 1982. O nosso hemisfério, e o mundo, está muito diferente do que há 33 anos“, declarou o secretário de Estado, John Kerry, em comunicado.
EUA e Cuba romperam relações diplomáticas em 1961, o ano em Barack Obama nasceu.
/Lusa
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