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Na saúde e na doença: Alemanha que antes nos dava a mão pode arrastar Portugal enquanto cai

António Costa e Olaf Scholz em Hannover em 2022

Um dos parceiros históricos da economia portuguesa está a afundar-se. Que consequências traz para Portugal?

A Alemanha é o terceiro maior mercado dos exportadores portugueses, só ultrapassado pelos vizinhos Espanha e França: os alemães consomem quase 11% dos produtos made in Portugal, conta o Diário de Notícias.

Segundo um complexo estudo de mercado levado a cabo pelo Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) do Ministério da Economia, o comércio internacional entre Portugal e a Alemanha traduz-se nuns gigantes 14 mil milhões de euros por ano (dados de 2023) em exportações.

8,2 mil milhões de euros dessas exportações representam mercadorias, mas o resto (5,8 mil milhões), é aplicado em serviços — sendo o principal por longa margem o turismo. A Alemanha é o segundo país de uma lista encabeçada pelo Reino Unido, que mais impulsiona o turismo em Portugal.

No ano passado, o país recebeu cerca de 6 milhões de turistas alemães, marca que, segundo o DN, será “claramente batida este ano pois até setembro, o país já recebera a visita de cinco milhões de alemães”.

De acordo com a a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), “na estrutura das exportações portuguesas de bens destacam-se em 2023 os mercados de Máquinas e Aparelhos (29,5%), Veículos e Outro Material de Transporte (18,8%), Instrumentos de Ótica e Precisão (10,3%), Plásticos e Borracha (7%)”.

De acordo com a agência Reuters, e considerando toda a situação de instabilidade política vivida no país, a Comissão Europeia prevê que a Alemanha apresente um desempenho inferior ao da zona euro até 2026.

As previsões de outono da Comissão Europeia projetam um crescimento do PIB em 2024 de 0,8% na área do euro, enquanto que, pelo contrário, existirá uma contração do PIB em 0,1% na Alemanha.

“A elevada incerteza [provocada pela instabilidade política] tem vindo a pesar sobre o consumo e o investimento, e as perspetivas comerciais agravaram-se com o enfraquecimento da procura mundial de bens industriais”, escreve a UE no relatório.

De acordo com o DN, a Alemanha é, desde meados dos anos 80 do século passado, quando abriu a grande fábrica Autoeuropa, em Palmela, um dos principais investidores estrangeiros em Portugal.

No entanto, com a baixa económica do país, prevê-se que, por aqui, existam vendas adiadas e investimentos pausados: quando a Alemanha entra em crise, Portugal pode muito cair por arrasto.

ZAP //

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