O colapso de uma coligação que parecia inevitável há algum tempo. Atenção à postura de Viktor Orbán e Giorgia Meloni.
O Governo da Alemanha deverá mudar em breve. Nesta quarta-feira, Olaf Scholz demitiu o ministro das Finanças, Christian Lindner – que também é líder do FDP, o partido liberal que integra (ou integrava) a coligação que forma o governo.
O chanceler da Alemanha justificou esta demissão de um dos membros mais importantes do Governo porque, alega, Lindner “quebrou” a sua confiança com “muita frequência”.
Scholz revelou ainda que vai sujeitar a votação uma moção de confiança no parlamento alemão, a 15 de janeiro de 2025. Deverá haver novas eleições em março, embora ainda não estejam confirmadas.
Este “semáforo apagado” já era uma hipótese levantada há algum tempo. Havia divergências sobretudo económicas entre os partidos da coligação, mais recentemente em relação ao orçamento.
Enquanto o SPD e os Verdes apoiam uma forte atuação do estado, com a emissão de dívida para financiar políticas públicas, caso seja necessário, o FDP tem uma visão contrária.
“A nível interno, a rutura da coligação era inevitável. Os sinais estavam lá nos dias anteriores, e as diferenças e conflitos entre os três parceiros da coligação eram demasiado grandes para serem ultrapassados”, analisa Thu Nguyen, especialista em política europeia.
Na Euronews, o analista não acredita que a instabilidade se prolongue e e espera por um novo Governo para tranquilizar a situação.
Mas a União Europeia terá de reagir. Quer a esta provável queda do Governo do “motor” da Europa, quer ao regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos da América.
Viktor Orbán e Giorgia Meloni podem aproveitar este cenário para “promover uma visão da União Europeia mais pró-russa, ou menos verde, ou ainda mais dura em relação à migração, porque se sentirão fortalecidos pelos resultados das eleições nos EUA”.
E há um risco de divisão maior na Europa: “Sem um governo que funcione na Alemanha e com um presidente francês e um governo francês muito enfraquecidos, há simplesmente uma falta de liderança“.
Esta iminente mudança de rumo político na Alemanha pode favorecer o AfD – Alternativa para a Alemanha, partido de extrema-direita que tem subido nas preferências dos alemães em eleições locais e que tem subido em sondagens nacionais.
Porque é que Giorgia Meloni pode aproveitar este cenário para “promover uma visão da União Europeia mais pró-russa”?
Ela prometeu apoio inabalável à Ucrânia após uma reunião com Zelenskiy em Setembro.
A Europa cada vez está pior e o mesmo se deve as sanções impostas á Russia que só vieram empobrecer a Europa e dar mais força á China e a Russia.Onde estão os efeitos das sanções á Russia a funcionar? Já alguem reparou que as mesas só Pioraram a Europa e fortaleceram a Russia e a China ?
Eram para fortalecer a Rússia mas o resultado é enfraquecer a Europa. Vendo bem não será favor que se está a fazer aos EUA? Veja-se com o $ subiu em relação ao €, (é apenas um exemplo). É o que dá a UE andar a reboque dos EUA.