Bebés europeus vêem propaganda russa no Baby TV

Ofensivas da Rússia também atingem seis satélites europeus. Os conteúdos para bebés foram substituídos pela guerra.

Quando se fala em guerra na Ucrânia, fala-se sobre conflitos em terra, entre soldados, ou por exemplo sobre ataques com drones ou mísseis. Mas o conflito não se fica por aí.

A Rússia tem atacado pelo menos seis satélites europeus ao longo dos últimos meses. Um dos ataques foi já em Novembro.

E essas ofensivas do Kremlin afectaram… o Baby TV. O canal de televisão, que supostamente só mostra conteúdos para bebés, tem mostrado propaganda russa em alguns países.

Um deles é os Países Baixos. O canal NOS revela que as interrupções que se verificam no canal, desde Março, não são uma falha na empresa de satélite Eutelsat, que fornece o sinal de televisão da BabyTV.

São mesmo danos colaterais de uma ofensiva mais vasta de sabotagem russa que perturba os satélites europeus.

O primeiro caso foi em Março. Quem era cliente da operadora KPN passou por uma hora seguida de interferência russa na emissão do Baby TV. Mas na altura ninguém reparou. Nem a própria KPN. Só meses depois é que deram por isso (e por causa da investigação jornalística).

No mesmo dia, o canal ucraniano FreedomTV também teve direito a um vídeo de propaganda russa. Esse canal também está ligado ao satélite Eutelsat.

É que a Rússia conseguiu assumir o sinal de televisão desse satélite, transmitindo um sinal muito mais forte. É um sequestro de sinal.

Dias depois, clientes holandeses da VodafoneZiggo e da Odido também viram propaganda de guerra russa no BabyTV.

Esses momentos foram-se repetindo ao longo dos últimos meses – mas a KPN consegue escapar: ficam sem imagem, em vez de mostrar propaganda do Kremlin.

O foco dos ataques russos aos satélites são os canais de televisão da Ucrânia. As interrupções do BabyTV são provavelmente danos colaterais.

Mas o Governo holandês está preocupado e quer que os fornecedores de televisão holandeses mapearem a sua dependência dos satélites.

Na Europa, mais de 125 milhões de pessoas dependem dos satélites para ver televisão.

ZAP //

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