Se Trump taxar tudo o que vem da China, os iPhones podem custar mais dinheiro. Quem ganha? A Samsung e outras marcas.
Durante o seu anterior mandato, Donald Trump taxou os produtos importados da China. A maior parte dos componentes dos iPhones são fabricados na China, mas a Apple tinha conseguido livrar-se dos impostos. Como?
Na altura, Tim Cook, diretor executivo da Apple, tinha persuadido a Casa Branca a não aplicar tarifas à maioria dos produtos que a empresa vende, justificando que estas iriam aumentar os preços dos smartphones, computadores e tablets e prejudicar a Apple, explica o The Washington Post.
“Os produtos electrónicos de consumo foram definitivamente privilegiados”, ao abrigo das políticas tarifárias dos EUA nas administrações Trump e Biden, disse ao jornal americano Mary E. Lovely, economista do Instituto Peterson de Economia Internacional. “Isso mostra o efeito Tim Cook”.
Como candidato às eleições presidenciais, Trump propôs taxar entre10% e 20% os bens importados de qualquer lugar e aplicar uma tarifa de 60% ou mais sobre tudo o que fosse importado da China.
Esta tarifa, se for aplicada aos produtos da Apple, poderá impor uma taxa de cerca de 300 dólares sobre um iPhone de 1000 dólares. Uma parte desse imposto mais elevado seria provavelmente refletida no preço que se paga pelos iPhones, diz o Post, que ressalta que Trump e alguns apoiantes não acreditam que o aumento dos impostos sobre as empresas modifique o preço dos produtos.
Já a Samsung, produz maioritariamente os seus telemóveis em países asiáticos que não a China: as tarifas sobre importações desse país não se lhe aplicam.
Um estudo publicado este ano mostra como também as empresas da indústria da moda se adaptaram a este tipo de taxas durante o anterior mandato de Trump (mantidas em grande parte por Biden). Algumas estratégias adotadas passam por, nomeadamente, passar a produção para outros países.
Ainda assim, Scott Lincicome, economista do think tank libertário Cato Institute, explica que não acredita que a Apple seja capaz de se afastar rapidamente das fábricas chinesas para evitar tarifas mais altas.
Nos últimos anos, a Apple transferiu uma pequena parte da sua produção para outros países, incluindo o Vietname e a Índia. O Post explica que, ainda assim, com ou sem tarifas, a Apple está presa, num futuro previsível, a um casamento com as fábricas chinesas, “onde exércitos de pessoas e equipamentos produzem frotas de dispositivos Apple”.
“Com uma tarifa de 60%, é preciso pensar que as pessoas vão notar“, conclui o especialista.
Só? Que pena que eu tenho … AHAHAHA