Mensagem “alienígena” de Marte finalmente descodificada por dupla de pai e filha

NASA/JPL-Caltech

Após mais de um ano de tentativas, o sinal “alienígena” que chegou da órbita de Marte em maio de 2023 foi descodificado. Nele está um diagrama de notação molecular orgânica com os compostos essenciais à vida.

Mais de cinco mil pessoas em todo o mundo juntaram-se ao esforço coletivo para tentar desvendar a mensagem, mas foi preciso uma dupla de pai e filha de Seattle, Ken e Keli Chaffin, para a interpretar, compreender e desvendar corretamente.

O sinal foi simulado pela nave espacial ExoMars, no âmbito da experiência “A Sign in Space”, impulsionado pela Agência Espacial Europeia (ESA) e pelo programa SETI.

O objetivo era recriar a possível receção de um sinal de uma civilização extraterrestre e analisar a capacidade humana de descodificar mensagens complexas que, um dia, poderemos vir a receber.

O sinal foi captado por radiotelescópios nos EUA e em Itália e atraiu a atenção de milhares de entusiastas.

Os compostos essenciais à vida

A dupla pai-filha desvendou o conteúdo da mensagem com a ajuda de ferramentas avançadas de Inteligência Artificial (IA) conhecidas como “autómatos celulares”.

Este tipo de tecnologia, que permite a simulação de comportamentos complexos, foi implementado no motor Unity 3D, com o qual visualizaram e analisaram padrões no sinal.

A mensagem descodificada revelou-se uma imagem que mostra “cinco aminoácidos num diagrama de notação molecular orgânica, juntamente com alguns pontos de um só pixel que aparecem entre os grupos e os diagramas moleculares”, disse o pai, Ken Chaffin.

O processo envolveu a manipulação de estruturas a nível microscópico de acordo com padrões específicos, observando assim a forma como os pontos estavam dispostos de forma coerente.

A imagem, originalmente concebida pela artista Daniela de Paulis em colaboração com cientistas, procura representar compostos essenciais à vida, o que despertou o interesse em saber se, de facto, poderia significar uma tentativa de comunicação ao simular a composição básica da vida.

Ken e Keli Chaffin/ESA

Imagem de cinco aminoácidos, intercetada por observatórios de rádio na Terra há mais de um ano.

Com a descodificação concluída, o próximo desafio será interpretar o significado mais profundo da mensagem. Mas podem existir ainda muitas interpretações possíveis, que vão desde um intercâmbio cultural a um aviso.

“Pode ser uma tentativa de comunicação, um intercâmbio cultural ou mesmo uma ameaça de invasão. A verdadeira questão é se estamos prontos para estabelecer contacto com uma civilização alienígena pela primeira vez”, refere a equipa do projeto.

Para promover a continuação da análise, o projeto convidou o público a juntar-se ao seu canal Discord, onde podem ser partilhadas teorias e métodos para compreender melhor a mensagem, replicar os resultados e avaliar a sua validade.

A comunidade científica questiona-se agora se a humanidade está realmente preparada para receber e compreender uma mensagem real de uma civilização extraterrestre.