“Enviados para ajudar o regime de Putin não precisam de morrer sem sentido num país estrangeiro”. Zelenskyy promete camas confortáveis e refeições quentes para os norte-coreanos que desistirem de agredir a Ucrânia.
A Ucrânia promete camas confortáveis e refeições quentes às tropas norte-coreanas alegadamente enviadas para a Rússia que se renderem ao regime de Kiev, depois de circularem notícias da chegada de cerca de 10 mil soldados de Pyongyang a território russo a para ajudar o Kremlin.
“Não precisas de morrer sem sentido noutro país“, diz a agência de informação militar da Ucrânia, numa declaração de 23 de outubro no seu chatbot do Telegram “I Want to Live”.
“Aos soldados do Exército Popular da Coreia: vocês, que foram enviados para ajudar o regime de Putin, não precisam de morrer sem sentido noutro país”, lia-se na mensagem.
“Renda-se! A Ucrânia fornece-lhe proteção, comida e calor“, promete ainda a Ucrânia no comunicado do projeto cuja linha direta já tem vindo a permitir a rendição de soldados russos ao longo da guerra desencadeada pela invasão russa em 2022 — e cujo acesso foi bloqueado pelos russos, mas é acessível através de um VPN.
Também estes soldados que abandonaram o regime de Putin vivem hoje em “quartéis confortáveis” e recebem “três refeições quentes por dia”, garante Kiev.
“Milhares de soldados russos fizeram a escolha certa e estão agora a aguardar o fim da guerra em boas condições: casas confortáveis, três refeições quentes por dia, cuidados médicos”, lê-se.
A Ucrânia publicou ainda um vídeo em coreano que mostra as boas condições em que vivem os prisioneiros de guerra nos seus campos.
Esta segunda-feira, a NATO confirmou que soldados norte-coreanos vão ajudar a Rússia a travar a Ucrânia na região fronteiriça de Kursk.
“Não importa quantos soldados Pyongyang enviará para ajudar a Rússia, não importa em que direção — os campos de prisioneiros de guerra ucranianos estão prontos a aceitar soldados de qualquer nacionalidade, religião e opinião ideológica. Os contactos do nosso projeto mantêm-se inalterados”, lembra a Ucrânia no mesmo comunicado.
“A Ucrânia será forçada a lutar contra a Coreia do Norte na Europa“, garantiu o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy este domingo no Telegram. Os norte-coreanos “podem aparecer no campo de batalha” a qualquer momento”, sublinhou.
A ‘recompensa’ que Zelenskyy oferece aos desertores enfrenta, no entanto, a forte resistência da política rigorosa de controlo do regime de Kim Yong-un: quem desertar o país, vê a família que fica para trás sofrer.
“A Coreia do Norte acredita na punição geracional“, explica Bruce W. Bennett, investigador na área da defesa e especialista em Coreia do Norte na RAND ao Business Insider.
Desertar nunca será uma alternativa para esses soldados, é morrer ou condenar à morte os familiares que estão na Coreia.
Especialmente comida que é do que eles mais precisam. Ao frio estão habituados.