É a primeira vez que a União Europeia designa um comissário para tratar deste assunto. O dinamarquês tem muitos desafios pela frente.
Não, a crise na habitação não é um problema apenas em Portugal. A Europa passa por diversos problemas no sector.
Os principais: aumento recorde das rendas e dos valores das compras, dos preços da energia, ritmo lento de construção, descontrolo nas principais áreas metropolitanas, escassez de casas a preços acessíveis.
Ursula von der Leyen não hesitou quando, há três meses, avisou: “Há uma crise de habitação na Europa”.
A escala é tal que, pela primeira vez, a União Europeia nomeou um comissário para tratar deste assunto: Dan Jørgensen.
É dinamarquês e vai focar-se também na energia a partir de Dezembro, mês em que vai assumir o cargo.
Faz parte do Governo da Dinamarca, como ministro para a política climática global. Passou por outros ministérios, tratando de assuntos relacionados com agricultura, alimentação, pescas, energia e clima. Foi também eurodeputado.
Agora, destaca o Handelsblatt, tem pela frente duas prioridades: desenvolver um Plano Europeu para habitação a preços acessíveis e reduzir o custo da energia para residências e empresas.
A presidente da Comissão Europeia, von der Leyen, parece estar confiante: “Juntos, vamos responder às preocupações e expectativas trazidas pelos Europeus nas últimas eleições. Vamos estar mais perto das pessoas e das empresas, e de uma forma prática e sustentável de apoio ao investimento”, escreveu, na carta ao comissário dinamarquês.
A União Europeia já começou a tentar travar as emissões poluentes dos edifícios, com a Construção Directiva. Jørgensen vai dialogar directamente com cada país, a aconselhar os Estados.
A Comissão deve assegurar que vai reduzir a carga administrativa e simplificar a legislação.
Mas há outra tarefa essencial para Dan Jorgensen, mas interna: juntar os comissários. Acabar com os diferentes rumos de cada um, tentar reunir as diversas preocupações, fazer com que trabalhem juntos.
Como analisou Axel Gedaschko, presidente da Associação Federal alemã de habitação e empresas de mediação imobiliária, é preciso que seja alguém conhecedor a apresentar propostas. “As propostas até aqui tinham uma característica: revelavam muito pouco conhecimento do assunto”.