Benjamin Netanyahu anunciou que Hashem Safieddine, suposto substituto de Hassan Nasrallah e novo líder do Hezbolah, foi eliminado num ataque israelita no Líbano. “Eliminámos Nasrallah, o sucessor de Nasrallah e o sucessor do sucessor de Nasrallah”, disse o primeiro-ministro israelita.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou esta terça-feira que Israel “eliminou” Hashem Safieddine, suposto substituto de Hassan Nasrallah na liderança do movimento xiita libanês Hezbollah, nas mais recentes campanhas de bombardeamento no Líbano.
“Danificámos as capacidades do Hezbollah. Eliminámos milhares de terroristas, incluindo o próprio Nasrallah, o sucessor de Nasrallah e o sucessor do sucessor de Nasrallah”, declarou Netanyahu, em comunicado.
A confirmação de Netanyahu surge após vários dias de incógnitas sobre se um bombardeamento israelita em Beirute na passada sexta-feira teria conseguido matar Safieddine.
Segundo um relatório saudita citado pelo jornal israelita Haaretz, o Conselho da Shura do Hezbollah, órgão central de decisão do grupo xiita, teria já escolhido Safieddine para substituir Nasrallah, como novo líder do Hezbollah.
Hashem Safieddine terá sido designado já em 2008, numa reunião geral do Hezbollah, como próximo líder da organização “no caso de os sionistas conseguirem assassinar Hassan Nasrallah”.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou entretanto que o alegado sucessor de Nasrallah, que a organização terrorista nunca confirmou ter sido nomeado para o cargo, “provavelmente também foi eliminado”.
Nasrallah, que liderou o grupo pró-Irão durante mais de 30 anos, e até à sua morte considerado o homem mais poderoso do Líbano, foi morto num bombardeamento israelita no sul de Beirute no final de setembro.
O líder do Hezbolah foi morto juntamente com outros membros do movimento “num pérfido ataque sionista” à periferia sul de Beirute, bastião do grupo xiita. Menos de uma semana depois, Israel atacou novamente a mesma área, para aparentemente eliminar também o possível sucessor de Nasrallah.
Numa declaração em que apelou diretamente aos libaneses para “libertarem o país do Hezbollah”, Netanyahu ameaçou a população libanesa com “uma longa guerra que trará destruição e sofrimento semelhantes ao que se vê em Gaza”.
“Têm a oportunidade de salvar o Líbano antes que caia no abismo”, disse, garantindo que se o país se libertar do movimento pró-Irão, a guerra, que fez até agora mais de 2.100 mortos do lado libanês, poderá terminar.
O líder hebreu defendeu que é o Irão, e não Israel, que ocupa o Líbano enviando armas para o Hezbollah para servir os seus interesses.
Israel abandonou o sul do Líbano em 2000, após uma ocupação de 18 anos – as tropas chegaram ao sul de Beirute – e que desde 1983 se situa na faixa sul do rio Awali.
Por seu lado, o secretário-geral adjunto do Hezbollah, Naim Qassem, prometeu que Israel “não atingirá os seus objetivos e será derrotado” no sul do Líbano.
“O inimigo acredita que vai vencer. A única solução é a resistência, a firmeza e o nosso povo unir-se à nossa volta”, disse o número dois do grupo, num discurso que assinalou um ano desde o início do fogo cruzado entre o Hezbollah e Israel.
“A seu tempo“, o Hezbollah anunciará um substituto para Hasan Nasrallah, disse Qassem. “Iremos anunciá-lo oportunamente. As circunstâncias são difíceis e complexas devido à guerra”, afirmou.
O grupo anunciou ainda que atacou mais de 4.200 “alvos inimigos” tanto em Israel como no sul do Líbano, em 3.194 operações militares.
O número de mortos nos ataques israelitas num ano contra o Líbano ultrapassou os 2.100, a maioria nas últimas duas semanas da intensa campanha de bombardeamentos contra o país, indicaram hoje fontes oficiais.
Nas últimas 24 horas registaram-se 36 mortos e 150 feridos, o que eleva o número total desde o início do ataque para 2.119 mortos e 10.019 feridos, segundo um comunicado da Presidência do Conselho de Ministros do país mediterrânico.
O Exército israelita anunciou hoje a mobilização da 146. ª divisão blindada em território libanês para realizar “atividades operacionais limitadas, localizadas e específicas” no sul do Líbano, segundo um comunicado militar, elevando para quatro o número de divisões na área.
Segundo o jornal The Times of Israel, o número total de soldados destacados no Líbano pode agora ultrapassar os 15.000, com estas quatro divisões, numa operação que Israel continua a apelidar de “limitada”, apesar de já ter ordenado a evacuação de mais de 130 cidades.
ZAP // Lusa
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