Incêndios: Chega quer comissão de inquérito – mas vai ter de esperar um ano

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O presidente do Chega, André Ventura

PSD anuncia comissão eventual sobre incêndios, Chega elogia mas quer ir “um bocadinho mais longe”. Governo não é “mole”.

O PSD anunciou uma proposta de criação de uma comissão eventual para avaliar o sistema de proteção civil e a prevenção e combate aos incêndios de 2024.

O anúncio foi feito pelo líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, no final da reunião da bancada, dizendo que será uma proposta conjunta com o outro partido que apoia o Governo, o CDS-PP.

O presidente do Chega, André Ventura, reagiu e disse que vai propor a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre “o combate aos incêndios” desde 2017 até hoje, desafiando o PSD a “ir um bocadinho mais longe”.

Ventura afirmou que tem “vontade e disponibilidade de criar e desenvolver iniciativas que apurem responsabilidades e acompanhamento do que aconteceu no combate aos fogos” e elogiou a iniciativa do PSD, mas desafiou os sociais-democratas a “ir mais longe”.

“Entendemos que o que deve ser criada, não é uma comissão eventual, mas é uma comissão parlamentar de inquérito aos fogos dos últimos anos em Portugal desde 2017 [ano dos incêndios em Pedrógão Grande] até ao dia de hoje”, anunciou.

André Ventura afirmou que, caso a proposta seja chumbada, o partido vai avançar com um pedido de caráter obrigatório, que só terá efeito na próxima sessão legislativa, que tem início em setembro de 2025, uma vez que na atual sessão o partido já forçou a comissão parlamentar de inquérito às gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma.

Governo não é “mole”

Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, reagiu também às críticas apontadas pela oposição à firmeza prometida pelo primeiro-ministro no combate aos incêndios e garantiu que este “não é um governo mole”.

“Sobre as críticas que alguns partidos fizeram ao primeiro-ministro de populismo por ter dito que o governo teria ‘mão forte’ e porque o governo promoveu a criação de uma unidade junto da Polícia Judiciária para continuar a combater aqueles que usam a mão criminosa para incendiarem o país devo dizer que enquanto líder parlamentar lido bem com essas críticas”, sublinhou.

“É bom que a oposição se habite a que tenha um Governo que exerce a autoridade em nome do Estado”, reforçou.

Sobre a possível comissão parlamentar diz que “esta avaliação os portugueses estão a fazê-la ao momento”, nomeadamente em relação às diferenças de atuação comparadas com o anterior executivo liderado por António Costa.

// Lusa

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