Stellantis: chegou o “desastre”

Concessionários falem em “degradação rápida” da empresa auto liderada por um português. É um modo crise que não dá para disfarçar.

A Stellantis, uma das empresas mais conhecidas no mundo automóvel, juntou a FCA e o Grupo PSA há quase quatro anos. Seria uma fusão rumo ao sucesso – mas não está a acontecer.

No ano passado, a empresa que junta 14 marcas – como Peugeot, Fiat ou Opel – até foi a 4.ª maior vendedora de carros no mundo, superada apenas por Toyota, Volkswagen e Hyundai.

Mas agora está em modo crise que já não dá para disfarçar.

Alguns dos seus modelos mais vendidos têm sido constantemente chamados de volta à fábrica (os conhecidos recalls) devido a problemas.

As vendas estagnaram, os lucros caíram e até já estão a chegar ofertas para a Stellantis se “desfazer” de algumas das suas marcas históricas.

Os concessionários nos EUA não hesitam: “O desastre chegou” a esta fabricante automóvel.

Recorde-se que a Stellantis é liderada por um português: Carlos Tavares.

O líder da empresa recebeu uma carta dos concessionários norte-americanos, citada pela Automotive News, na qual dizem que as marcas Stellantis estão a enfrentar uma “degradação rápida” graças à “tomada de decisões de curto prazo” – que reduziu a quota de mercado da empresa e atingiu as marcas Jeep, Ram, Dodge e Chrysler.

No primeiro semestre deste ano, as receitas caíram 14% para 85 mil milhões de euros. Os investidores queixam-se que a Stellantis aumentou em demasia os stocks em 2023, que foi quase obrigada a descontos excepcionais, que gastou demasiado dinheiro em fusões, aquisições e investimentos, e não tinham fluxos de caixa disponíveis.

“Esta é realmente a primeira vez nos últimos três anos que a Stellantis estragou tudo“, dizia em Julho o analista Daniel Roeska, na Yahoo! Finance.

A Stellantis não concorda com o conteúdo desta carta, alegando que ataques pessoais não são a melhor forma de resolver problemas.

Está a decorrer um plano de acção desde o mês passado, que segundo a empresa já está a mostrar resultados: aumento de vendas de 21% em Agosto, quota de mercado a subir 0,7 pontos percentuais e menos de 10% carros disponíveis (foram vendidos).