A história de uma das comidas de rua mais populares do mundo começou em Coney Island, o famoso parque de diversões nova-iorquino.
Ainda na ressaca das celebrações do Dia da Independência dos Estados Unidos, é hora de revisitar a história fascinante das origens do cachorro-quente, um dos alimentos mais emblemáticos do país. Popular em jogos de beisebol, churrascos e lojas de conveniência, o cachorro-quente tornou-se um ícone da culinária americana, especialmente associado ao calçadão de Coney Island, em Nova Iorque.
Coney Island, em Brooklyn, Nova Iorque, é famosa pelo seu parque de diversões à beira-mar, com diversões, jogos e restaurantes que há mais de um século servem trabalhadores nova-iorquinos. Um dos locais mais icónicos é o “Nathan’s Famous“, fundado em 1916 e conhecido mundialmente pelas suas salsichas.
Porém, a história do cachorro-quente começa antes, com um imigrante alemão chamado Charles L. Feltman. Chegando aos EUA em 1856, Feltman trouxe consigo a paixão pelas salsichas frankfurter, comuns na Alemanha. Inicialmente padeiro, começou a vender tartes aos comerciantes de Coney Island em 1865, utilizando um carrinho de mão.
Com a crescente procura dos clientes por comida quente, Feltman modificou o seu carrinho em 1867, adicionando um braseiro de carvão para cozinhar salsichas e uma caixa de metal para aquecer o pão. Assim nasceu o “Coney Island red hot”, uma salsicha servida num pão, tornando-se um sucesso imediato.
Em 1871, Feltman abriu o “Feltman’s Ocean Pavilion” em Coney Island, expandindo-se para um império com vários restaurantes, uma montanha-russa, um carrossel, um salão de baile, um cinema ao ar livre, um hotel, uma esplanada-cervejaria, uma casa de banhos, e uma aldeia alpina. O Feltman’s chegou a empregar mais de 1000 pessoas e era considerado o maior restaurante do mundo na década de 1920.
Nathan Handwerker, um imigrante polaco, começou a trabalhar no Feltman’s como cortador de pãezinhos. Em 1916, com um empréstimo de 300 dólares e a receita da sua mulher, Handwerker abriu o “Nathan’s Famous”, vendendo cachorros-quentes a preços mais baixos para competir com o Feltman’s, recorda a BBC.
Após a Segunda Guerra Mundial, a família Feltman vendeu o seu negócio, que acabou por fechar em 1954. Nathan’s tornou-se o cachorro-quente dominante em Coney Island, com uma marca internacionalmente reconhecida. Atualmente, Nathan’s realiza o Concurso Internacional de Comer Cachorro-Quente todos os dias 4 de julho, transmitido nacionalmente.
Michael Quinn, descendente de um cliente fiel do Feltman’s, decidiu ressuscitar a marca após a tragédia de 11 de setembro, onde perdeu o seu irmão. Utilizando a receita original, Quinn reabriu o Feltman’s em Coney Island em 2017. Hoje, o Feltman’s é reconhecido como um dos melhores cachorros-quentes dos EUA, com vendas em crescimento mesmo durante a pandemia.
Enquanto Nathan’s continua a ser uma força dominante no mercado de cachorros-quentes, a ressurreição do Feltman’s trouxe de volta a tradição e o sabor original de Coney Island. Ambas as marcas oferecem uma experiência única, deixando aos consumidores a decisão de escolher o seu favorito.