Entre 2005 e 2010, o Grupo Lena pagou 3,2 milhões de euros às empresas de Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates, mas não declarou o pagamento de dois milhões de euros feitos diretamente para as contas do empresário na Suíça.
De acordo com o jornal i, António Barroca Rodrigues, identificado como o autor de transferências para contas suíças de Santos Silva, disse que estas quantias eram “prémios” e recusou esclarecer os movimentos.
O i afirma ter encontrado várias contradições entre o que consta em despachos do Ministério Público, o que Carlos Santos Silva disse durante o interrogatório do juiz Carlos Alexandre e respostas dadas pelo Grupo Lena, no final de janeiro, às perguntas enviadas pelo jornal.
Interrogado pelo juiz Carlos Alexandre, Carlos Santo Silva admitiu que recebeu dinheiro do Grupo Lena, de quem foi administrador não executivo, diretamente nas suas contas, afirmando que se tratava “de prémios pessoais dados pelo grupo empresarial”. O empresário, amigo de infância de José Sócrates e alegadamente seu testa-de-ferro, frisou que não se tratou de uma tentativa de corrupção mas sim de um erro.
No entanto, Santos Silva afirma que recebeu “14 ou 15 milhões de euros”, uma informação contraditória à fornecida pelo grupo empresarial, que mantém os 3,2 milhões de euros pagos às empresas do arguido.
O Grupo Lena garantiu que o empresário nunca recebeu “quaisquer comissões ou valores extraordinários”. “Recebia apenas e só valores referentes a serviços perfeitamente identificados, efetivamente prestados e previamente valorizados”, lê-se no i.
ZAP