O que acha preferível: Proibir uma criança de usar o telemóvel e amedrontá-la com os seus perigos ou educá-la e sensibilizá-la para o seu uso adequado?
O debate “tirar ou não tirar os telemóveis às crianças” tem-se intensificado nos últimos tempos – especialmente em ambiente escolar.
No Reino Unido, a preocupação com os danos causados pelas redes sociais e pelo tempo de utilização dos ecrãs até levou à campanha Smartphone Free Childhood [Infância Sem Telemóveis].
Além disso, o Governo britânico proibiu os telemóveis em todas as escolas. Cada estabelecimento de ensino fica com liberdade para escolher como implementar a medida: ou os telemóveis nunca saem de casa, ou são utilizados na escola em algumas exceções, ou podem ser “confiscados” à chegada à escola, ou guardados em armários.
Em Espanha, também houve, recentemente, uma petição para apelar à proibição total de telemóveis para menores de 16 anos.
Esta semana, nos EUA, o cirurgião-geral Vivek Murthy apelou esta semana à colocação de rótulos nas redes sociais como os que aparecem nos cigarros.
Serão as políticas proibicionistas e de medo soluções?
Esta quarta-feira, a New Scientist publicou um artigo onde sustenta que a solução passa não por proibir e propagar o medo, mas sim por educar e sensibilizar as crianças para o uso adequado das tecnologias.
Apesar de termos de proteger as crianças dos efeitos negativos da utilização de telemóveis e das redes sociais, tirar-lhes, simplesmente, essas tecnologias pode ser “um passo em falso”.
A melhor estratégia será sempre a da educação
Educar é a forma mais inteligente de mostrar às crianças de que as tecnologias não são nossas inimigas. Antes pelo contrário, podem ser nossas amiga, desde que usadas de forma com controlada e ponderada.
A New Scientist propõe uma “educação faseada”, nos seguintes termos:
- não se daria às crianças acesso a toda a Internet logo desde início;
- nesse mundo, permitir-se-ia o envio de mensagens limitadas com uma moderação rigorosa que diminuiria depois com a idade;
- os sistemas concederiam aos pais um acesso que diminuiria com o tempo.
Por mais regras ou políticas proibicionistas que se imponham, os telemóveis “colados” às mãos dos mais novos vieram para ficar. E o “porquê?” é muito fácil de entender: as crianças aprendem com os adultos.
Ver uma criança a lidar com tecnologia não deve ser caso para alarme – o importante é dar-lhe ferramentas para que utilize com controlo e ponderação.