“A direita esconde-se atrás da liberdade de expressão”

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Estela Silva / Lusa

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, acusa a direita de se esconder atrás da liberdade de expressão, para recusar dizer “não” às declarações racistas.

Num vídeo publicado esta quarta-feira nas redes sociais do do PS, Pedro Nuno Santos voltou a referir-se à polémica da semana passada que envolveu o presidente da Assembleia da República e declarações do Chega, manifestando incómodo pelo facto de Aguiar-Branco não ter usado os poderes que o regimento lhe confere para “advertir um deputado quando tem uma declaração racista”.

“Nós não queremos uma sociedade de ressentimento nem de ódio, e esta é uma grande diferença entre nós e a direita, entre uma direita que se esconde atrás da liberdade de expressão para não dizer não às declarações racistas”, criticou.

Num polo oposto está, segundo Pedro Nuno Santos, “uma esquerda, um PS que defende a liberdade”, a liberdade das pessoas serem quem quiserem e “o direito a respeitar o outro, a respeitar as suas opções, a respeitar as mulheres, a respeitar todos”.

“Esta é uma luta dos socialistas que faremos sempre sem tréguas, sem hesitações. Que ninguém tenha dúvidas. Nós diremos sempre que não ao racismo, ao ódio, ao ressentimento e à divisão. Pela unidade dos portugueses, pela unidade de Portugal”, assegurou.

Para o líder do PS, a intervenção que Aguiar-Branco deveria ter feito no debate de sexta-feira não era para impedir ou punir André Ventura, “mas sim de usar aquilo que o regimento já hoje permite para que o presidente da Assembleia da República possa ser não só um exemplo” na condução dos trabalhos parlamentares, mas também “ser um exemplo para o país”.

“Este é um tema que juntou a direita toda. O PSD, a IL, o Chega, o CDS. Todos tiveram de acordo porque isto tem também por trás uma determinada visão da sociedade”, acusou.

Aguiar-Branco recusa avaliar discursos

O presidente da AR insistiu, esta quarta-feira, em conferência de líderes, que não lhe cabe fazer a avaliação da bondade dos discursos dos deputados, ainda que sejam eticamente desvaliosos, assumindo-se como “guardião” do aceitável.

Esta posição de José Pedro Aguiar-Branco consta de um documento intitulado “A liberdade de expressão, uma super liberdade de expressão máxima e de restrição mínima” – uma questão que surgiu depois de as bancadas da esquerda parlamentar o terem criticado por não ter admoestado André Ventura, quando, na sexta-feira, em plenário, o presidente do Chega se referiu às capacidades de trabalho do povo turco.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Quando é o trogloditismo da claque de futebol do chega é democracia e liberdade de expressão, quando são os outros é wokismo.
    Dois pesos, duas medidas!

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  2. Talvez os “cérebros” corruptos, e donos disto tudo, não saibam o que é liberdade de expressão. Vão-se habituando, betinhas!

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