Uma equipa internacional de astrónomos descobriu um gigantesco buraco negro, com uma massa cerca de 12 mil milhões de vezes maior do que a do Sol, do tempo em que o Universo era uma criança.
Os cientistas responsáveis pela descoberta admitem que o buraco negro terá surgido há 12.8 mil milhões de anos, cerca de 900 milhões de anos depois do Big Bang – algo que consideraram “particularmente surpreendente”. É o buraco negro mais antigo que se conhece.
O descomunal objecto descoberto é na realidade um quasar – uma enorme massa de matéria ultra-luminosa, que emite uma energia colossal, acelerada por um buraco negro supermassivo no seu centro.
Segundo o líder da equipa de cientistas, o astrofísico Xue-Bing Wum, da Universidade de Pequim, “este quasar é único”. Até agora, apenas se conheciam 40 quasars com mais de 12.7 mil milhões de anos.
Um quasar com estas características terá sido “o mais potente farol do Universo primordial“, numa altura em que quase toda a massa do Universo se encontrava totalmente às escuras, defende Wum.
A descoberta, publicada na revista “Nature”, poderá colocar em causa certas teorias correntes acerca da formação e crescimento do Universo, dos buracos negros e das galáxias.
Antxón Alberdi, investigador do Instituto de Astrofísica da Andaluzia especialista em buracos negros, citado pelo El Pais, destaca que a descoberta sugere que os buracos negros supermassivos no Universo primordial cresceram muito mais rapidamente do que as suas galáxias de origem, colocando em contradição os actuais modelos de evolução do Universo.
Bram Venemans, astrónomo do Instituto Max Planck, na Alemanha, realça por seu turno a utilidade desta descoberta.
“Num futuro próximo, poderemos descobrir mais corpos como este, talvez até mais antigos”, diz Venemans, “mas este gigante já fez luz sobre detalhes anteriormente desconhecidos acerca de como era o Universo – apenas algumas centenas de milhões de anos após o Big Bang”-
AJB, ZAP
Este artigo confunde milhões com mil milhões. O universo tem uma idade estimada na ordem dos 13,8 mil milhões de anos. Em vez de milhões não quererão dizer mil milhões?
Caro ACC, tem obviamente razão.
Está corrigido, obrigado pelo seu reparo.