A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) entrou da pior forma no mercado de criptoactivos, com um negócio de venda de “gémeos digitais” de obras de arte que se revelou ruinoso.
A instituição criou a marca Artentik para entrar no mercado dos chamados “tokens não fungíveis” (NFTs), conforme apurou o Jornal Económico.
Os NFTs são uma espécie de “certificados digitais” com um número único que confirmam a titularidade de uma obra e que aquele item é único.
No caso do negócio da Santa Casa, o projecto assentava na venda, na Internet, de “gémeos digitais”, ou seja, réplicas virtuais das obras de arte do Museu de São Roque e de outras peças da colecção de Arte Sagrada da SCML.
O investimento inicial foi de meio milhão de euros, mas a Santa Casa obteve “vendas e montantes irrisórios”, avança o Jornal Económico.
Um ano depois do lançamento do projecto, o investimento transformou-se num “fracasso”, acrescenta o diário, salientando que as vendas estiveram “paradas” durante “um ano e meio”.
A Santa Casa acabou, então, por encerrar a plataforma onde vendia os NFTs.
A entrada no mercado dos NFTs foi anunciada durante a Web Summit em 2021, pelo então provedor Eduardo Martinho, como “uma oportunidade para promover a herança cultural única” da Santa Casa e “abrir o Museu de São Roque para o mundo“. Mas era também “uma nova fonte de receitas”, como sublinhou.
No ano inicial, o projecto tinha um orçamento de 870 mil euros, mas esperava-se que chegasse aos quatro milhões de euros, afiança ainda o Económico.
Mas, no fim das contas, foi mais um negócio ruinoso para a Santa Casa que também teve avultados prejuízos na internacionalização dos jogos no Brasil.
A situação financeira difícil da instituição foi um dos motivos que levou o Governo a exonerar a direcção da SCML que era liderada pela provedora Ana Jorge. O Executivo acusa Ana Jorge de “negligência grave” e de “incapacidade” para resolver “os graves problemas financeiros“.
As contas da instituição estão sob pressão e nem as receitas dos jogos da Santa Casa resolvem os problemas. O Jornal de Negócios adianta que “as receitas do jogo, que representam cerca de 85% das receitas totais, caíram 29 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano passado”.
É uma descida de 14% que surge em contraciclo com o que estava previsto no Orçamento da SCML que previa um aumento das receitas de 9,3%.
Buraco na Santa Casa
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3 Maio, 2024 Santa Casa investiu meio milhão num negócio ruinoso de “gémeos digitais”
Há as gémeas brasileiras, os gémeos digitais, e os gémeos musculares das “pernas para que vos quero” !
… Uma geminada trapalhada, é o que é!
“gémeos”… outros, NÃO por favor!
Drº Nuno também lá andava metido, malandreco, safadão…
Se calhar já andamos a repor o dinheiro da compensação ao Brasil.
Gente incompetente a brincar com o dinheiro que não é deles…
É obra divina, quem consegue estragar um monopólio como o do jogo deve ganhar o ‘Prémio Gerente’