São uma das últimas esperanças da Europa e estão a ser mortas a ritmos alarmantes, mais rapidamente do que a desflorestação da floresta amazónica. Se a tendência continuar, a Suécia não terá florestas primitivas em 2070.
À medida que a Europa se foi tornando, ao longo dos séculos, no continente que conhecemos hoje, construído pela humanidade e quase livre de ecossistemas naturais, as suas florestas primitivas tornaram-se cada vez mais valiosas.
Estas antigas florestas — também conhecidas como florestas virgens, por nunca terem sofrido perturbações ou influências significativas às mãos de seres humanos — não só tendem a hospedar mais biodiversidade e a armazenar mais carbono do que as florestas comuns, como também são mais resilientes às alterações climáticas.
Muitos destes ecossistemas europeus únicos ficam a norte, na Suécia, e fazem parte do cinturão de florestas boreais que circundam o mundo através do Canadá, Escandinávia e Rússia.
Constituindo cerca de 8% da terra florestal produtiva no país — isto é, cerca de 1,8 milhões de hectares de floresta valiosa, mais do que a área total florestada em muitos países europeus —, estas áreas são algumas das últimas esperanças naturais do continente, e também elas estão a desaparecer a ritmos alarmantes.
Sem monitorização direta, as árvores “virgens” suecas estão a ser cortadas mais rapidamente do que na Amazónia, cuja área original foi reduzida em 15% em 2023 graças à desflorestação.
À falta de avaliações de impacto ambiental detalhadas, um estudo de 2022 liderado por investigadores da Universidade de Lund e da Organização de Ciência e Pesquisa Industrial da Commonwealth (CSIRO) e publicado na Wiley sugere que o público não está ciente do que está a acontecer e que o mesmo se pode passar na generalidade das florestas primitivas do mundo.
Para uma abordagem correta, é necessário começar por distinguir as florestas “normais” destas florestas virgens “especiais”.
No caso da Suécia, o corte raso das árvores foi introduzido na década de 1900, de acordo com o The Conversation, ou seja, as florestas intactas que antecedem a este período provavelmente nunca sofreram às mãos do Homem, podendo ser classificadas como virgens.
Em 2019, 20% de toda a área florestal cortada na Suécia era de florestas primitivas. Entre 2008 e 2023, estas áreas únicas do país nórdico foram desmatadas seis a sete vezes mais rápido do que a floresta amazónica brasileira.
Se a tendência continuar, não teremos estas florestas quando a década de 2070 chegar, conclui o estudo, que analisou ao detalhe as florestas em áreas não protegidas onde as árvores datam, em média, de antes de 1880.
E estes são os países ditos civilizados cujos comportamentos os retrógrados povos do Sul têm forçosamente que adquirir? Algo está mal no reino da Suécia!!!!