“Se até ao Ramadão os reféns não estiverem em casa, os combates continuarão em todo o lado, incluindo na região de Rafah”. Batalhão do Hamas em Khan Yunis, principal reduto do movimento islamita, foi derrotado.
Israel prometeu lançar a ofensiva terrestre contra Rafah, onde se refugiaram cerca de 1,4 milhões de palestinianos, caso o movimento islamista Hamas não liberte os reféns israelitas até 10 de março, o início do Ramadão.
“Se até ao Ramadão os reféns não estiverem em casa, os combates continuarão em todo o lado, incluindo na região de Rafah”, declarou o ministro israelita Benny Gantz, membro do gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no domingo.
O Ramadão, mês sagrado dos muçulmanos, começa este ano a 10 de Março.
“O Hamas tem uma escolha. Eles podem render-se, libertar os reféns e os civis de Gaza poderão celebrar o festival do Ramadão”, acrescentou Gantz, ex-chefe do exército israelita, em Jerusalém.
O ministro garantia que uma ofensiva seria levada a cabo de forma coordenada e no quadro de um diálogo com “parceiros norte-americanos e egípcios”, “facilitando a retirada de civis” para “minimizar tanto quanto possível ” o número de vítimas nas suas fileiras.
Netanyahu reiterou no sábado que está determinado a levar a cabo uma ofensiva terrestre em Rafah, no sul do enclave e junto à fronteira com o Egito, onde se encontram 1,4 milhões de palestinianos, apesar dos apelos de parte da comunidade internacional.
Pelo menos mais 90 civis de Gaza foram mortos na última noite e dezenas ficaram feridos na sequência de bombardeamentos israelitas em diferentes zonas do enclave palestiniano.
Batalhão de Khan Yunis derrotado
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou este domingo que o país derrotou o batalhão do Hamas de Khan Yunis, após dois meses e meio de conflitos naquela cidade do sul de Gaza.
Khan Yunis era um dos principais redutos do Hamas e o centro do poder de Yahya Sinwar, líder do movimento islamita dentro do enclave. Segundo o ministro da Defesa israelita, o Hamas procura agora substituir Sinwar, considerado por Israel o arquiteto do ataque sem precedentes de 7 de outubro.
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse no domingo que Khan Yunis e e a cidade vizinha de Rafah, bem como outras áreas do enclave palestiniano, foram alvo de bombardeamentos israelitas que deixaram 127 mortos nas 24 horas anteriores.
Em Khan Yunis, o hospital Nasser “já não funciona depois de um cerco de uma semana, seguido de um ataque em curso”, disse o líder da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.
Sete pacientes, incluindo uma criança, morreram no hospital desde sexta-feira devido a cortes de energia, e “70 membros da equipa médica, incluindo médicos de terapia intensiva” foram detidos, disse o Ministério da Saúde.
Desde o ataque do Hamas a 7 de outubro, a ofensiva israelita fez quase 29 mil mortos e 68.400 feridos, na maioria civis.
ZAP // Lusa
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