Alexei Navalny, o principal opositor de Vladimir Putin, morreu esta sexta-feira, numa prisão no noroeste da Sibéria, onde estava preso por “extremismo”. As causas da morte ainda não foram reveladas. O ativista político tinha 47 anos.
Alexei Navalny morreu, esta sexta-feira, numa prisão, na região de Yamalo-Nenetsia, no noroeste da Sibéria, na Rússia, a cerca de 65 quilómetros a norte do Círculo Polar Ártico.
De acordo com os serviços prisionais, o líder da oposição russa ter-se-á “sentido mal”, durante uma caminhada e “desmaiou”.
O The Guardian diz que esta morte pode tratar-se de um “assassinato político atribuível a Vladimir Putin”.
Leonid Volkov, porta-voz de Navalny, escreveu na rede social X que as autoridades russas emitiram uma “confissão de homicídio”.
“As autoridades russas publicaram uma confissão de que mataram Alexei Navalny na prisão. Não temos como confirmar ou provar que isso não é verdade. O advogado de Navalny já está a caminho de Harp”, pode ler-se.
Russian authorities publish a confession that they killed Alexey Navalny in prison.
We do not have any way to confirm it or to prove this isn’t true.
Navalny’s lawyer is on the way to Harp.
— Leonid Volkov (@leonidvolkov) February 16, 2024
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy também já veio pronunciar-se sobre a morte de Navalny, dizendo não ter dúvidas que “foi morto por Putin”.
Também o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, responsabilizou Vladimir Putin pela morte do ativista: “Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte”.
Presto homenagem a Alexei Navalny, que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia.
Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte.
Condolências à família e ao povo russo. pic.twitter.com/qs8iGgYeQe— João Cravinho (@JoaoCravinho) February 16, 2024
João Gomes Cravinho está, esta sexta-feira, na Conferência de Segurança de Munique, onde apareceu a mulher de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, num “momento profundamente tocante”.
Momento profundamente tocante na Conferência de Segurança de Munique, ouvindo Yulia Navalnaya exigindo que Putin seja responsabilizado.
Deeply touching moment at the Munich Security Conference, listening to Yulia Navalnaya demanding accountability from Putin. #MSC2024 pic.twitter.com/dR1gtTvuh4
— João Cravinho (@JoaoCravinho) February 16, 2024
Por seu turno, o Kremlin disse não ter ainda informações concretas sobre as causas desta morte misteriosa – “mais uma”, na Rússia.
Navalny, ativista anti-corrupção e grande inimigo do presidente Vladimir Putin, cumpria uma pena de 19 anos de prisão por “extremismo”.
Foi detido em janeiro de 2021 ao regressar à Rússia, depois de ter estado em recuperação na Alemanha de um envenenamento que, segundo o próprio, terá sido planeado pelo Kremlin.
Navalny foi, recentemente, dado como desaparecido, tendo aparecido três semanas depois, numa colónia penal no Ártico russo.
“O Julian Assange russo”
O irregular percurso político de Alexei Navalny, definido como o principal crítico do Kremlin e do Presidente Vladimir Putin, permitiu-lhe alcançar notoriedade quando se concentrou no combate à corrupção nos círculos do poder.
Navalny elevou a fasquia em 2011 ao fundar o Fundo de Luta Contra a Corrupção (FBK).
Nesta fase, começa a ser designado de “Julian Assange russo”. Foi autorizado a apresentar-se às eleições municipais de Moscovo em 2013 (onde obteve uns significativos 27% dos votos), mas impedido de concorrer às presidenciais de 2018, apesar de a campanha mobilizar 200.000 ativistas em cerca de 100 delegações por todo o país.
A situação precipitou-se após o opositor ter acusado o Presidente russo de ordenar o seu envenenamento com um agente neurotóxico do tipo Novitchok em agosto de 2020.
Após longa convalescença na Alemanha, regressou à Rússia em janeiro de 2022, de imediato detido e condenado a dois anos e meio de prisão num caso de fraude ocorrido em 2014 e que denuncia como politicamente motivado.
Detido na colónia penal IK-2 na região de Vladimir, 85 quilómetros a leste da capital russa, o crítico do Kremlin anunciou uma greve de fome a 31 de março de 2021, em protesto contra as suas condições de detenção, acusando a administração penitenciária de lhe recusar cuidados de saúde e de “tortura” por privação do sono.
Em paralelo, o procurador russo pediu a um tribunal moscovita que diversas organizações do opositor – incluindo o FBK definido desde 2019 como um “agente estrangeiro” e as delegações regionais do opositor –, sejam declaradas “extremistas” e em consequência proibidas.
Na Rússia, o seu nome constava na lista de “terroristas e extremistas”.
Apesar de nunca ter constituído uma ameaça séria para o regime, pelo facto de a sua popularidade ainda ser limitada, Navalny permaneceu o último opositor de envergadura a Vladimir Putin.
Em 20 de outubro de 2021, o Navalny recebeu o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu.
“Alexei Navalny é o vencedor do Prémio Sakharov. Lutou incansavelmente contra a corrupção do regime de Vladimir Putin. Isso custou-lhe a sua liberdade e quase a vida. O prémio de hoje é um reconhecimento da sua imensa coragem e reiteramos o pedido da sua libertação imediata”, escreveu no Twitter o, na altura, presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli.
O Anão Vermelho atacou novamente. O Putin não deixa pontas soltas.
Agora vai haver o funeral e o Gremin vai poder identificar todos os seus apoiantes. Resultado 99% nas eleições.
Temos de actualizar a longa lista de persona non grata do Kremlin: Alexei Navalny: envenenado, preso, morto; Ilya Yashin: preso; Boris Nemstov: assassinado; Sergei Udaltsov: preso; Vladimir Kara-Murza: preso; Alexander Litvinenko: assassinado; Anna Politkovskaya: assassinada; Sergei Skripal: assassinado; Sergei Yushenkov: assassinado; Roman Tsepov: assassinado;
Yuriy Chervochkin: assassinado; Evan Gershkovich: preso; Mikhail Khodorkovski: exilado; Dmitry Gudkov: exilado; Garry Kasparov: exilado; Anatoly Chubais: exilado; Boris Berezovsky: morto no exilio; Akhmed Zakayev: exilado; etc. Resta saber o que vai acontecer a Nadezhdin, assim como à advogada de Navalny. É a democracia à la Putinho…
Mais um “Cristo” na longa história da humanidade, que morre às mãos dos “poderosos”, por todos nós, vivos e vindouros.
Que ele encontre a paz que em vida recusou.
Como outros “cristos”, não viveu para lançar a paz (dos resignados) , mas a discórdia (dos justos e corajosos).
Obrigada, Nav!alny, por tudo o que nos deste.
Descansa, guerreiro.
A luta continua.
Perguntem ai ao camarada comuna que ele sabe!
O PCP até ja veio condenar a invasão da ucrania…
Partido a ser banido pelo VOTO!
Como qualquer português que sabe escrever, sabe que Alexei Navalny, morreu por culpa do PCP.
Eu até colaboraria em pagar qualquer coisa para que alguém matasse este assassino perigosíssimo.
Suicidaram-no!!!
Que favor fazia à humanidade alguém que estoirasse com este assassino Putin. Até pena mete o povo ruuso por andar completamente endrominado por este monstro. Que alegria seria vê-lo cortado às postas. Que perigo para o mundo um bandido desta envergadura.
Perguntem ao padeiro Raimundo do PCP o que é que ele acha sobre este “assassinato”.
“Prigozin”, “Prigozin” poque é que não foste até ao fim!!!
Regimes comunistas !!!
O que para aqui vai de ignorância encapotada!
Tristeza!
Poderiam, no mínimo, brindar tão honrosa memória com o seu silêncio, mas não.
Desatam com o disparate, para dizerem que ainda por cá andam.
Se dúvidas houvessem, agora já não há.
Putim, Top da Rússia a quem todos lhe devem vassalagem, e o principal responsável por esta morte. Ele estava sob a sua responsabilidade pela segurança deste HEROI.
Russos saiam dessa letargia, sigam o exemplo heróico de Navalny e revoltem-se contra o déspota assassino, Putin.
Lucinda, você não passa de uma hipócrita.
Carlos Mota,
Experimente sair da frente do espelho.
Garanto que a sua visão sai melhorada.
Estes comentários espelham o ódio, a ignorância , a inconsciência…