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Salário mínimo nos mil euros e médio nos 1750 euros. “AD já merece elogios”

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Rodrigo Antunes / Lusa

O presidente do PSD, Luís Montenegro

Com a AD no Governo, “há condições para ter estes objetivos como realizáveis” em 2028, acredita o líder do PSD. Previsões encaradas como “ligeiramente otimistas” e pouco prováveis — mas ao menos chegam com contas feitas.

O presidente do PSD fixou esta quarta-feira como objetivo que o Salário Mínimo Nacional (SMN) atinja no final da legislatura pelo menos mil euros e que o salário médio seja “em torno dos 1.750 euros”, se a AD for Governo.

Luís Montenegro falava na apresentação do programa económico da Aliança Democrática (AD, a coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM nas legislativas de 10 de março), no Centro de Congressos de Lisboa.

“O nosso objetivo do ponto de vista salarial é que o SMN não seja inferior a mil euros no ano de 2028 e o salário médio seja em torno dos 1.750 euros”, afirmou.

Para o presidente do PSD, “há condições para ter estes objetivos como realizáveis” se forem introduzidas as reformas propostas nas políticas públicas que a AD propõe.

Previsões “otimistas” (mas ao menos vêm com contas)

As previsões da AD são, para Pedro Sousa Carvalho, “ligeiramente otimistas”; toda a Europa está em abrandamento económico — e “Portugal não é imune”, diz esta quinta-feira à Antena 1.

O economista acredita que a AD já “merece elogios” por apresentar contas e aproveita para criticar o líder do Chega, André Ventura, por ter prometido uma pensão mínima igual ao salário mínimo num prazo de seis anos, medida que foi vista por muitos como uma utopia, uma vez que “rebentaria” com os apoios da Segurança Social.

“Os partidos limitarem-se a atirar promessas para o ar é muito fácil mas é pouco credível”, disse, referindo-se à proposta do partido de extrema-direita.

“O partido nem sequer diz como é que vai financiar esta proposta, e não diz porque não é possível financiar. Provavelmente levaria o país à bancarrota“, sublinha.

Choque fiscal de 5 mil milhões: é possível?

Um dos maiores objetivos da AD traduz-se no combate aos impostos, algo que ficou claro na “Convenção por Portugal” da aliança em Cascais.

O programa macroeconómico da coligação AD prevê um choque fiscal de cinco mil milhões de euros ao longo da próxima legislatura, o que permitirá um crescimento da economia portuguesa, de 2,5% em 2025 até 3,4% em 2028.

“A AD está a contar que esta baixa de impostos possa animar o consumo e que este possa ajudar a puxar pelo crescimento económico, acredita Pedro Sousa Carvalho, que aponta, no entanto, um problema: a inflação.

“Não sei se o PSD ou quem formar governo terá margem para fazer uma descida fiscal tão agressiva”, disse, confessando que o PSD “está a ser um bocadinho otimista ao prever crescimentos de 3% ou 4% no final da década”.

“Não é impossível, mas não creio que seja um cenário muito provável”, confessa.

No seguimento das palavras do líder do CDS, Nuno Melo, na abertura da convenção que se realizou no último domingo, Montenegro deixou claro que quer travar o “crime social da fuga de jovens”.

O social-democrata prometeu uma taxa de IRS máximo para os jovens até aos 35 anos, a isenção de IMT de imposto de selo na aquisição da primeira habitação e a garantia do Estado em assegurar financiamento bancário de 100% no valor da aquisição de habitação.

O líder da aliança propõe “a isenção de contribuições e impostos sobre os prémios de desempenho até ao limite de um vencimento mensal. Este 15.º mês não tributado representa a ideia de que vale a pena fazer mais e melhor e de que o mérito deve ser premiado”, garantiu.

Tomás Guimarães, ZAP //

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8 Comments

  1. Diz a canção já antiga:
    ” A mim não me enganas tu”.
    E diz o ditado, produrlto da sabedoria popular.
    “Gato escaldado” … o resto TODOS sabemos e só as memórias curtas esquecem.

  2. Que interessa aumentar o salário mínimo para 1.000 euros se em 2028 as coisas estiveram muito mais caras que hoje? Possivelmente, com um salário mínimo de 1.000 euros, estaremos mais pobres que agora…

  3. Lá vem o Montenegro com a cantilena do Passos Coelho.
    “Não é preciso aumentar impostos”; “O Estado não tem empregados a mais”, “Vamos criar mais postos de trabalho”,… – dizia Passos Coelho.
    Por este caminho, quando chegarmos às eleições o SMN ainda vai chegar aos 2.000 euros mensais. Depois das eleições ninguém garante que chegue aos 850, mas isso é outra conversa.

  4. SM sobe, tudo sobe e temos mais pessoas com o SM, palmas para a boa gestão.
    Deixou de haver tabelas salarias, contratos coletivos de trabalho que não são revistos desde 2016 ex: FNS/Fetese.
    Aldrabões!

  5. Pois é! pelas minhas contas 1000€ dá, se for só até 2026, e baixando o IRC porque senão as empresas começam a despedir empregados! eu fui funcionária de escritório, sei muito bem como funciona!

  6. Para travar o “crime social da fuga de jovens” é fácil, é só falar com o Passos Coelho. Que vergonha esta gente!

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