“Des-ventura”. Carlão partilhou um poema político e libertou todas as fúrias

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O músico Carlão está a dar que falar nas redes sociais depois de ter partilhado um poema com cunho político. Intitulado “Des-ventura”, este poema é visto como uma crítica ao partido Chega e está a motivar muitos elogios e muitas críticas.

Carlão, nome artístico de Carlos Nobre, publicou o poema “Des-ventura” nas suas redes sociais – “A mentira, a baixeza / A calúnia com leveza / Nessa chico-esperteza / À grande e à portuguesa / Em tempo de incerteza / O ignorante é a presa: / prato principal / e sobremesa.”

Mesmo que não faça qualquer referência ao Chega, há quem tenha a certeza de que o alvo do músico da banda Da Weasel é, de facto, o partido de André Ventura. A referência “des-ventura” indicia isso.

E se há quem agradeça pela “lucidez” de Carlão, e pela “inspiração”, também há quem o acuse de querer agradar ao Governo do PS, para poder fazer mais dinheiro com concertos.

O músico não se pronunciou directamente sobre o que escreveu, mas um porta-voz de Carlão referiu à revista Blitz que o poema “não terá necessariamente uma consequência artística”, salientando que foi algo que a voz dos Da Weasel “escreveu e achou que deveria partilhar”.

Deputado do Chega critica Carlão

O deputado e dirigente do Chega, Pedro dos Santos Frazão, está seguro de que o poema é uma crítica ao seu partido, como refere numa publicação no X, o antigo Twitter.

“O Carlos tem o direito à sua opinião e à sua “arte”, mas não tem é direito de me chamar “ignorante” ou “presa” por ser eleitor e dirigente do Chega”, escreve Frazão. “Afinal, é o Carlos a usar da calúnia e da baixeza com que tenta atacar-me pelas minhas convicções políticas”, acrescenta, concluindo que “é lamentável”.

Frazão ainda recorda que estudou com Carlão “na mesma Escola Secundária de Cacilhas, nos anos 90” e acaba por fazer referências ao passado do artista que assumiu, em entrevistas, ter tido problemas com a dependência de drogas.

O deputado do Chega realça que talvez não devesse levar as palavras de Carlão tão a sério, “pois pode estar a precisar de mais um tratamento de
desintoxicação, como já disse que fez várias”.

“Se for esse o caso, retiro o que disse e lamento que tenha caído de novo na toxicodependência das drogas duras”, conclui.

Esta resposta de Frazão leva alguns a notarem “a profunda ironia” pelo facto de o deputado do Chega responder ao poema que fala da “baixeza” e da “calúnia” com “baixeza e calúnia”.

Susana Valente, ZAP //

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5 Comments

  1. Baixeza maior é usar o passado de dependência do Carlos Nobre como “desculpa” por não se gostar da opinião do mesmo. Vivemos numa ditadura, onde não há liberdade de expressão??? Então deveríamos exigir que o passado (leia-se cadastro) de TODOS os deputados e políticos deste país divulgados e mantidos presentes para os podermos responsabilizar e impedir de ocuparem cargos políticos! SIGA!

  2. Carlao é um músico sofrível não é um filósofo, não tem a competência de um erudito.
    Saiu-lhe aquilo da boca para fora, não dá para mais.

    O que é triste é ele não fazer boa música e andar a bater tambores à toa que ninguém ouve — e depois tem de chamar a atenção dizendo parvoíces.

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