O Gabinete de Segurança de Israel decidiu interromper o fluxo de eletricidade, combustível e bens para Gaza, em retaliação pelo ataque ataque deste sábado do Hamas no Sul de Israel, no qual mais de 600 pessoas foram mortas.
Segundo fontes do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o Gabinete de Segurança de Israel tomou um conjunto de decisões destinadas a destruir tanto as capacidades militares como governamentais do Hamas e da Jihad Islâmica Palestiniana.
De acordo com o Jerusalem Post, entre as decisões tomadas “em respostas às crescentes tensões”, conta-se o corte do fornecimento de eletricidade e combustíveis à Faixa de Gaza. Também o envio de bens essenciais para a região foi suspenso, acrescenta o jornal israelita.
Estas decisões foram tomadas para frustrar durante muitos anos “a capacidade e desejo de ameaçar e prejudicar os cidadãos de Israel”, explicou o gabinete do primeiro ministro, em nota divulgada após a reunião do Gabinete de Segurança.
A primeira fase de retaliações “termina por estas horas com a destruição da maioria das forças inimigas que penetraram no nosso território. Ao mesmo tempo, iniciámos uma ofensiva, e ela continuará sem reservas e sem descanso até que os nossos objetivos sejam alcançados,” acrescenta a nota.
Israel controla duas das três principais passagens fronteiriças para Gaza; uma passagem comercial no kibuttz de Kerem Shalom e uma passagem pedonal em Erez, no norte da Faixa de Gaza. O terceiro acesso, em Rafah, é controlado pelo Egito, mas não tem capacidade comercial suficiente para servir a população local.
Ativado oficialmente estado de guerra
O Conselho de Segurança israelita ativou oficialmente o estado de guerra no país, que permite ao Exército realizar “atividades militares significativas” no âmbito da guerra com o Hamas, informaram meios de comunicação social.
Apesar de Netanyahu já ter declarado que o país estava em guerra, assim que começou a ofensiva do Hamas, esta decisão oficial é necessária, segundo a Lei Básica de Israel.
A decisão foi finalmente adotada numa reunião entre o primeiro-ministro e os líderes da segurança israelita, composta, entre outros, pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e pelo Chefe do Estado-Maior General, General Herzi Halevi.
Netanyahu já tinha alertado no sábado que Israel embarcou “numa guerra longa e difícil” e que continuará “sem trégua até que os objetivos sejam alcançados”.
“Entrámos numa guerra longa e difícil. A guerra foi-nos imposta por um ataque assassino do Hamas”, começou por escrever, numa publicação na sua conta na rede social X, antigo Twitter.
Este sábado, o Hamas “lançou uma guerra contra o Estado de Israel”, com múltiplos lançamentos de mísseis em resposta aos “ataques às mulheres, à profanação da mesquita de al-Aqsa e ao cerco a Gaza”, no que é o maior ataque dos últimos anos contra território israelita.
A operação do Hamas apanhou de surpresa as forças militares e agências de inteligência de Israel, alegadamente devido à má interpretação de dados de inteligência e à descoordenação entre departamentos militares e governamentais, considera um analista militar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como “Espadas de Ferro”.
Mais de 600 pessoas morreram em Israel na sequência dos confrontos. O número de mortes oficiais duplicou hoje, depois de um número significativo de mortos ter sido encontrado em cidades israelitas perto de Gaza que tinham sido ocupadas por milicianos palestinianos libertadas nas últimas horas pelo exército israelita.
Do lado palestiniano, o número oficial de mortos em Gaza continua a ser de 313, de acordo com o mais recente relatório do Ministério da Saúde de Gaza. No entanto, o exército israelita afirmou ter matado 400 “terroristas” em Gaza e centenas de outros em território israelita.
ZAP // Lusa
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