Uma equipa de arqueólogos descobriu, ao largo da costa do Egito, no Mediterrâneo, um templo submerso e um santuário repletos de inestimáveis artefactos antigos.
Arqueólogos egípcios descobriram um templo dedicado ao deus Amon e um santuário dedicado à deusa Afrodite, submersos ao largo da costa no Mar Mediterrâneo.
O templo fazia parte da antiga cidade portuária de Thonis-Heracleion, que se encontra a cerca de 7 quilómetros da atual costa do Egito, na Baía de Aboukir.
De acordo com o Instituto Europeu de Arqueologia Subaquática (IEASM), o templo colapsou “durante um evento cataclísmico” a meio do século II a.C.
Este evento foi provavelmente causado por um sismo significativo, seguido de um tsunami, que terá levado à liquefação do terreno e ao subsequente afundamento dos edifícios no delta do Nilo.
Os investigadores descobriram uma infinidade de “tesouros e segredos” no interior do templo, incluindo instrumentos rituais feitos de prata, joias de ouro e recipientes de alabastro outrora usados para perfumes ou unguentos.
O local também revelou estruturas subterrâneas sustentadas por postes e vigas de madeira bem preservadas, datando do século V a.C.
Franck Goddio, presidente do IEASM, manifestou o seu espanto por objetos tão delicados terem sobrevivido a um evento tão catastrófico que levou ao colapso do templo. “É extremamente comovente”, disse Goddio, citado pelo Science Alert.
A leste do templo foi também descoberto um santuário grego dedicado a Afrodite. Entre os artefactos encontrados estavam objetos de bronze e cerâmica, bem como uma coleção de armas gregas.
Esta última sugere a presença de mercenários gregos na área, possivelmente a “defender o acesso ao Reino” na foz do ramo mais ocidental do Nilo, ou o ramo Canópico, explica Goddio.
A descoberta realça o rico mosaico histórico da região e revela como os Faraós visitavam o templo para obter títulos que atestassem o seu mandato divino.
O santuário de Afrodite mostra ainda a influência dos colonos gregos na cidade durante o tempo dos Faraós Saítas — a XXVI dinastia egípcia, que reinou entre 688 a.C. e 525 a.C.
Estas descobertas têm o potencial de reformular a nossa compreensão das interações entre os antigos egípcios e gregos, bem como da história desta cidade portuária outrora florescente que foi, em última instância, engolida pelo mar.