Haverá melhor maneira de celebrar o jogo 250? Numa montanha-russa de 100 minutos, Marcano foi infeliz no golo do empate algarvio, mas teve mais Faro no final para dar a vitória aos portistas (2-1).
O relógio marcava o décimo dos 12 minutos de descontos dados pela equipa de arbitragem quando Gonçalo Borges desenhou um cruzamento milimétrico que assistiu o voo de Marcano para o 2-1.
O estádio dos “azuis-e-brancos” entrou em ebulição e a equipa da casa conseguiu derrubar um duro obstáculo que veio do Algarve. Foi o culminar de uma segunda parte intensa, imprevisível, com ocasiões para os dois conjuntos e que terminou de forma dramática.
Toni Martínez abriu a contagem na etapa inicial, após 40 minutos complicados, o Farense chegou ao empate através de Rui Costa e o capitão Marcano voltou a ser decisivo. Os da Invicta somam por triunfos os dois jogos que já fizeram nesta edição da Primeira Liga, por sua vez, os “leões” de Faro só sabem perder neste regresso ao escalão máximo do futebol nacional.
O minuto 13 foi de sorte para os “dragões”. A pressão alta dos anfitriões resultou em pleno, Nico recuperou a bola, Galeno assistiu e Toni Martínez – uma das três novidades no “onze” – finalizou, apontando o segundo golo na prova.
Os vice-campeões mantiveram o ritmo, exploravam de forma alternada os dois corredores – Zaidu e João Mário foram mais alas do que laterais – e foram coleccionando ocasiões, mas nem Marcano (37’), nem Toni Martínez (38’) e Nico (42’) conseguiram dilatar a vantagem.
O Farense, que apenas sofreu um tento no período de maior ascendente portista, renasceu das cinzas na fase final, subiu no terreno, conseguiu estancar o bloco contrário e foi assim que, primeiro, viu o pontapé de bicicleta de Muscat embater com estrondo na barra à passagem do minuto 43 e, já no período de descontos, Rui Costa, assistido por Belloumi, tirou Marcano do caminho com direito a “cueca” e finalizou com precisão.
Zaidu destacou-se nos primeiros 49 minutos com quatro passes para remate, quatro cruzamentos (um eficaz), 46 acções com a bola (duas na área algarvia), pecando apenas nas 16 perdas de bola que acumulou. O nigeriano registava um GoalPoint Rating de 6.6.
Mais solto, o Farense foi um conjunto mais completo e chegou à área do opositor com outra frequência, deixando os donos da casa em alerta constante, já o FC Porto ia-se acercando – já órfão de Otávio -, mas voltava a pecar no momento da decisão e também da finalização. Ricardo Velho ia se destacando com diversas defesas e, quando não conseguia, a barra ou o desacerto portista iam ajudando os forasteiros, até que surgiu o já citado minuto 90+10…
Melhor em campo
Entrou apenas aos 67 minutos, mas foi a tempo de ser decisivo. O jovem ala Gonçalo Borges fez por justificar mais tempo de jogo com uma exibição fulgurante e decisiva.
Primeiro caiu no flanco esquerdo e deu outra vida ao ataque portista, mas foi na direita que assistiu Marcano para o 2-1 final.
Borges criou, ainda, duas ocasiões flagrantes, cinco passes para remate, cinco cruzamentos (dois eficazes), quatro passes progressivos e 24 ações com a bola. Além dos excelentes números, foi o MVP com um apreciável GoalPoint Rating de 7.2.
Destaques do Porto
Galeno 7.1
Voltou às boas exibições e foi um elemento em foco no encontro, principalmente na etapa inicial, pois foram do flanco esquerdo que saíram as ocasiões mais claras dos portistas, muito por culpa do camisola 13 e de Zaidu. Na recta final recuou no terreno. Na folha de serviços coleccionou cinco remates, a assistência que abriu o caminho para o 1-0, quatro passes para remate, atingiu as 60 acções com a bola (quatro no interior da área algarvia), recuperou a posse por cinco vezes, perdeu-a em dez ocasiões e carimbou seis acções defensivas.
Toni Martínez 6.7
Chegou à marca dos 30 golos em jogos oficiais de dragão ao peito. Titular, justificou a aposta e foi um dos elementos que mais atormentou a defensiva adversária com seis remates (metade enquadrados) – desperdiçou uma ocasião flagrante -, dois cruzamentos e realce, também, para as nove acções com a bola no interior da área adversária (máximo no jogo).
Zaidu 6.7
Estava a ser um dos melhores quando saiu aos 67 minutos. Aproveitou a liberdade concedida para explorar o corredor, entendeu-se bem com Galeno, chegando aos quatro passes para remate, cinco centros, 56 acções com a bola e três acções defensivas. O único aspecto negativo foram as 20 vezes em que perdeu a posse de bola.
Marcano 6.4
Decisivo. No jogo 250 apontou o 29.º golo e este foi determinante. Foi um dos mais rematadores, com cinco tentativas, esteve bem na eficácia do passe (94% em 79 tentativas feitas) e atingiu as sete acções com a bola na área algarvia.
João Mário 6.4
Muito em jogo, deu largura na ala direita e esteve em bom plano com três remates (um embateu nos ferros), uma ocasião flagrante criada, oito cruzamentos, quatro passes progressivos, 64 acções com a bola (seis na área contrária) e foi o rei das conduções progressivas, com oito no total.
André Franco 6.3
Entrou aos 67 minutos e refrescou o miolo. Neste período, destacou-se com um remate, três passes para remate, três recuperações de posse e nove perdas.
Nico González 6.1
Na estreia a titular esteve num bom plano, principalmente na primeira metade. Saiu aos 67 minutos com dois remates, um cruzamento eficaz, uma eficácia de 91% no capítulo do passe (67 eficazes em 61 feitos), dez passes progressivos, nove progressivos recebidos, 80 acções com a bola, ganhou oito duelos e perdeu outros tantos.
Taremi 5.9
Não atravessa o melhor período, menos confiante, não acrescenta o “plus” que a equipa espera e precisa dele. Carimbou dois remates, cinco passes progressivos, cinco recuperações de posse e oito perdas acumuladas.
Eustaquio 5.7
Não deslumbrou, mas também não comprometeu. Mais recuado perante a presença de Nico, fechou o jogo com um remate, dez passes falhados em 72 feitos (eficácia de 86%), sete passes progressivos, 90 acções com a bola, 14 perdas da posse acumuladas e quatro acções defensivas realizadas.
Destaques do Farense
Mohamed Belloumi 6.8
Enquanto teve forças foi sempre perigoso. Saiu esgotado com um remate, uma assistência, dois passes para remate e sete acções defensivas.
Ricardo Velho 6.6
Não foi por ele que o Farense saiu do Porto com pelo menos um ponto na bagagem. O guarda-redes fez de tudo para travar os “azuis-e-brancos” com cinco defesas, algumas delas de elevado grau de dificuldade.
Rui Costa 6.1
Dois remates, um golo, venceu apenas um dos seis duelos aéreos ofensivos em que interveio e registou cinco acções defensivas.
Resumo
// GoalPoint