Intenções de cessar-fogo de Zelenskyy terão sido transmitidas ao diretor da CIA em visita à Ucrânia no início do mês. Negociações de paz só teriam lugar se Kiev recuperasse território substancial até ao outono.
A Ucrânia terá revelado uma estratégia para reconquistar terreno perdido para os russos, seguida de uma negociação de cessar-fogo com Moscovo a ter lugar no final de 2023.
A intenção de Kiev, obtida pelo The Wahington Post a partir de oficiais próximos da Central Investigation Agency (CIA), terá sido avançada ao diretor da agência, William Burns, durante uma visita secreta com lugar no início deste mês.
A intenção de recuperar território substancial até outono, mover sistemas de artilharia e mísseis para perto da linha de fronteira da Crimeia controlada pela Rússia e avançar ainda mais no leste da Ucrânia terá sido transmitida a Burns por responsáveis pelo plano militar ucraniano.
Depois da interrupção das negociações de paz em março de 2022, Zelenskyy só espera reabrir negociações com Moscovo depois destas conquistas, de acordo com fontes do jornal de Washington.
A Ucrânia mantém-se sob pressão extraordinária das nações ocidentais, que forneceram a Kiev milhares de milhões de dólares em armamento avançado antes da contra-ofensiva — que por sua vez tem registado alguns avanços nos últimos dias.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, afirmou que o “evento principal” ainda está para vir, enquanto o principal comandante militar do país, general Valery Zaluzhny, pediu paciência, dizendo que a ofensiva está a ser “executada” tão diligentemente quanto possível.
“Sim, talvez não tão rápido quanto os observadores gostariam, mas isso é problema deles”, disse Zaluzhny ao The Washington Post esta semana.
Analistas militares dizem que o objetivo da Ucrânia de forçar uma negociação é ambicioso, dadas as defesas fortificadas da Rússia, mas não está fora de questão.
“A Rússia só negociará se se sentir ameaçada”, afirmou um alto funcionário ucraniano, segundo o jornal norte-americano.
As conversações entre Kiev e Moscovo resultaram até agora em cessar-fogos e na abertura de corredores humanitários para retirar civis de cidades sitiadas, mas a Rússia tem sido acusada de violar os acordos, como em dezembro de 2022, altura em que Kiev denunciou a utilização, por parte de Moscovo, de mísseis ucranianos entregues em acordo de paz.