“Não vou admitir ingerências políticas na TAP”

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Miguel A. Lopes / LUSA

O ministro das Infraestruturas, João Galamba, na comissão Parlamentar de Inquérito à TAP

Presidente executivo lembra que a empresa de aviação não é sua, é pública. Mas reforça: “Não vai haver ingerência no conselho de administração”.

O presidente executivo da TAP, Luís Rodrigues, afirmou esta terça-feira que não vai permitir ingerências políticas no conselho de administração, ressalvando que o passado da companhia não lhe diz respeito.

Questionado pelos jornalistas, Luís Rodrigues respondeu que, “com certeza”, vai manter no futuro a “bandeira” de não admitir ingerências políticas nas suas empresas, tal como fez na liderança da SATA.

“As empresas não são minhas, são públicas. Mas [sim]: não vai haver ingerência no conselho de administração das empresas”, assinalou. O CEO da TAP falava aos jornalistas em Ponta Delgada, após uma aula aberta no âmbito do mestrado em Gestão de Empresas (MBA), da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade dos Açores.

Insistindo em não responder a perguntas sobre a TAP, o gestor rejeitou comparar situação da companhia aérea nacional com a da SATA, por serem “coisas completamente diferentes”, tal como não se quis pronunciar sobre o impacto da comissão de inquérito no prestígio da TAP.

Só falo da TAP para a frente e não é aqui. Para trás, o que se passou, não me diz respeito“, vincou.

Durante a aula aberta, subordinada ao tema “Estratégia aplicada: da teoria à prática”, Luís Rodrigues defendeu que o aspeto “mais fundamental” numa estratégia é o “diagnóstico”: “é aqui que vejo mais erros serem cometidos”.

O CEO da TAP alertou ainda para importância da ética na gestão. “Pensem bem nos vossos valores. Pensem bem nisso. Porque hoje em dia quem achar que pode escapar com alguma coisa que seja invisível, pode tirar o cavalinho da chuva. Tudo aquilo que fizerem hoje em dia, com a tecnologia toda, vai aparecer na capa de um jornal, dê por onde der”, avisou.

Luís Rodrigues lembrou ainda que nem sempre a reestruturação das empresas implica despedimentos coletivos, lembrando que quando chegou à SATA em 2019 existia um “consenso” sobre a necessidade de “despedir 200 ou 300 pessoas”, situação que foi rejeitada pelo conselho de administração.

Posteriormente, questionado pelos jornalistas se tal política pode ser seguida na TAP, o CEO rejeitou comentar: “Sobre a TAP não quero dizer nada. Aqui estava a falar no plano conceptual e teórico. Temos de analisar com outra abordagem”.

// Lusa

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