Manuel Pinho está em prisão domiciliária há 16 meses na quinta de que é proprietário em Braga. Mas, entre críticas à morosidade da justiça, lamenta que não conhece o jardim das camélias que os filhos lhe ofereceram e que nem pode ir à piscina.
Em entrevista ao Jornal Nacional da TVI, Manuel Pinho revela que passa o seu tempo entre a jardinagem e a “pequena agricultura”. Mas a pulseira electrónica que o ex-ministro da Economia tem enquanto arguido por corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, coloca-lhe limitações dentro da quinta de 3 hectares.
“Não posso ir além das flores”, explica Pinho, apontando para uma zona da quinta, lamentando que ainda não conhece o jardim com “63 camélias” que lhe foram “oferecidas pelos filhos” no seu aniversário.
Além disso, Pinho diz que não pode ir à piscina. “Já tentei uma vez, meti um pé e toca o sinal”, revela na entrevista.
“Não posso ir à vinha e não posso ir a este pomar”, diz ainda, apontando para outra zona da quinta, desabafando que “é a vida”.
Apesar de tudo, Pinho assume que são condições melhores do que enfrentaria na prisão, ou se vivesse num apartamento. “É certamente muito melhor”, nota, frisando, contudo, que “seria muito fácil resolver este problema com um microchip” que permitiria a sua localização, “com grande rigor, em qualquer sítio da quinta”.
Porém, “não está prevista essa possibilidade nos serviços prisionais”, nota Pinho. “Costumo dizer que sou tratado pior do que um cão porque os cães têm esses microchips”, constata.
“Vivo um pouco da caridade”
Sobre a quinta, Pinho diz que era propriedade do seu bisavô que “era um empresário importante da região de Braga, era o dono da fábrica de perfumes e sabões Confiança e das Termas do Gerês”, nota.
A propriedade passou para a sua avó e Pinho acabou por a herdar da mãe. “Mas estava muito abandonada e quando a minha mãe faleceu, em plena crise do covid, pensei que, em homenagem a ela, gostaria de recuperar esta quinta, mas nada de luxo, conta também.
A prisão domiciliária de Pinho foi renovada porque não pagou uma caução de seis milhões de euros. O Ministério Público defende que o ex-ministro tem dinheiro escondido fora do país. Pinho não o nega liminarmente, mas garante que todo o seu património “é conhecido da Autoridade Fiscal espanhola e dos EUA”.
“Eu fui residente fiscal nos EUA e depois em Espanha; em Espanha, há o imposto sobre o património e tem de se declarar todos os bens, incluindo depósitos que se tenham em qualquer lado do mundo”, refere.
Com as suas contas “totalmente” arrestadas, como realça, Pinho diz que vive “um pouco da caridade”. Mas tem a vantagem de viver no campo. “Gastamos pouco, a conta de electricidade não é muito elevada, a de água também não”, refere.
“11 anos de investigação é demais”
Sobre a investigação judicial de quem tem sido alvo, ficam críticas à justiça.
“Depois de uma investigação de quase 12 anos, foi feita uma instrução em 49 dias em que a defesa não teve o direito de se defender“, sublinha.
“Não gosto de colocar a questão em termos de ser vítima”, acrescenta contudo, frisando que depois de ter exercido um cargo público, é natural que a sua seja “escrutinada”.
Apesar disso, atira que o seu caso tem “uma situação peculiar que ninguém entende”. “Sou investigado durante 11 anos, ora, não é preciso ser jurista para se perceber que 11 anos é demais e que não é de acordo com a lei“, considera.
“Sou suspeito de um assunto relacionado com a EDP, acabo acusado pelo BES“, aponta também.
Quanto ao futuro, Pinho refere que tem “tempo”, mas que já não tem “muitos projectos”.
“Deixo o meu nome ligado às energias renováveis – Portugal é admirado em todo o mundo e até cá me chamam o pai das energias renováveis“, refere com orgulho.
“Tive também a sorte de ter ensinado em três das 20 melhores universidades do mundo“, acrescenta, frisando que já atingiu “objectivos” que nunca esperou alcançar.
“Pode ser que um dia deixe um livro – posso ter vários em preparação”, conclui.
Tadinho…. Querias o quê, depois da roubalheira que fizeste ? Tens é sorte da não estares trancado num calabouço.
Coitadinho temos de organizar um peditório, para ajudar este senhor
Estes comentadores… Não digam mal de mais um grande xuxalista… membro, como quase todos os atuais indivíduos do atual governo, da quadrilha do 44.
Tenham respeito por quem lutou por si… perdão…pelo país.